Como prevenir um afogamento? 9 conselhos e recomendações
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “236 mil pessoas morrem por afogamento todos os anos”. A nível mundial, as taxas de afogamento mais elevadas registam-se em crianças com entre 1 e 4 anos e em crianças de 5 a 9 anos. O afogamento é, assim, segundo a Associação para a Promoção de Segurança Infantil (APSI), “a segunda causa de morte acidental nestas faixas etárias, em Portugal”.
Não obstante, as autoridades de saúde mundiais defendem que as mortes por afogamento são evitáveis.
Como prevenir um afogamento?
No Relatório de Afogamentos de Crianças e Jovens 2002-2021 da APSI explica-se que “nenhuma estratégia de prevenção é por si só suficiente para evitar o afogamento e reduzir as suas consequências”.
Assim, pela existência de vários fatores de risco, “é necessário implementar estratégias múltiplas e complementares”. Conheça algumas medidas a tomar para prevenir afogamentos.
1 – Adaptar-se ao ambiente e colocar barreiras físicas
“A medida mais eficaz na redução dos afogamentos é a existência de barreiras físicas que dificultem o acesso da criança ou do jovem e retardem o seu contacto com a água, dando mais tempo ao adulto para colmatar uma falha de vigilância”, salienta-se no relatório da APSI.
Segundo o documento, “os restantes sistemas de proteção existentes para piscinas são pouco eficazes na prevenção de afogamentos de crianças pequenas” e devem ser utilizados apenas como meio complementar.
“A existência de equipamento de socorro e salvamento no local (como a boia salva-vida), que permita uma atuação rápida e eficaz em caso de afogamento”, é também uma medida importante para evitar afogamentos.
Num texto informativo publicado no balcão digital do Serviço Nacional de Saúde (SNS 24) aconselha-se os cidadãos a escolherem “frequentar praias vigiadas” e a “respeitar os sinais das bandeiras e as instruções dos nadadores-salvadores”. No caso de se frequentar piscinas privadas ou públicas, as regras de segurança devem ser cumpridas.
Por outro lado, em espaços desconhecidos, é mais seguro “inspecionar o local e tapar poços, tanques e depósitos de armazenamento de água com redes pesadas e nunca mergulhar, nem deixar as crianças mergulhar”, lê-se no mesmo texto.
2 – Utilizar auxiliares de flutuação
“A utilização de auxiliares de flutuação, como braçadeiras, quando as crianças estão a brincar na água ou perto dela e a nadar, e coletes salva-vidas quando vão andar de barco ou praticar desportos náuticos é essencial caso a criança caia à água, se sinta cansada ou fique em dificuldades”, aponta-se no documento da APSI.
Aponta-se ainda que “as boias e os colchões insufláveis não são equipamentos de proteção pessoal”. Pelo contrário, “são brinquedos que podem tornar-se perigosos”, pois viram-se facilmente e são arrastados com o vento ou ondulação”, justifica-se.
Além disso, “quando são deixados numa piscina são um foco de interesse e atração das crianças”, conclui-se.
3 – Importância da supervisão
“Nenhum sistema de proteção substitui a presença de um adulto”, destaca-se no relatório da APSI. Assim, os adultos responsáveis devem manter “uma vigilância próxima”, “ativa” e “permanente” sempre que as crianças estejam a brincar na água ou perto dela.
Além disso, segundo o texto informativo do SNS 24, nunca se deve “confiar a segurança de uma criança pequena a outra criança mais velha”. Também não se deve permitir que as crianças vão “atrás de uma bola perdida”, nem deixar “uma criança que ainda não é autónoma sozinha durante o banho, em casa, na praia ou na piscina”.
4 – Adquirir competências aquáticas
O SNS considera importante “ensinar as crianças a nadar tão cedo quanto possível”, já que “as aulas de natação ajudam as crianças a saber nadar, boiar e a identificar situações perigosas”.
Ainda assim, salienta a APSI, “o desenvolvimento de competências aquáticas de crianças e adultos” não se deve limitar à aprendizagem da natação. É também relevante a “aquisição de conhecimentos na área da segurança na água e competências de salvamento seguro e suporte básico de vida”.
Aliás, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América (CDC, na sigla inglesa) sugerem, num texto informativo, que as pessoas aprendam a fazer reanimação cardiopulmonar.
5 – Conhecer as características das águas em que nada
O CDC alerta para o facto de os lagos, rios e oceanos terem riscos ocultos, “como correntes ou ondas perigosas, rochas, vegetação e visibilidade limitada”.
Por isso, é importante verificar “a previsão do tempo antes de realizar atividades na água, dentro ou perto dela” e ter em conta que “as condições climatéricas locais podem mudar rapidamente”.
Para mais, no texto informativo publicado no site do SNS 24, considera-se relevante verificar-se ainda “a profundidade da água, antes de mergulhar” e perceber se “existem rochas ou obstáculos que possam causar traumatismo em caso de mergulho”.
6 – Evitar nadar sozinho
Tanto no texto do CDC quanto no do SNS 24, aconselha-se os cidadãos a evitarem nadar sozinhos. É sugerido, pelo SNS 24, que não nade contra a corrente e que avise as pessoas próximas “sempre que for dar um passeio ou fazer uma caminhada dos possíveis perigos em rios e lagoas”.
Além disso, deve escolher nadar, sempre que possível, em “locais que tenham nadadores-salvadores”, defende o CDC.
7 – Precauções relacionadas com problemas de saúde
No texto do CDC avisa-se que a condição médica da pessoa pode aumentar o risco de afogamento. Por isso, é necessário tomar cuidados adicionais.
Por exemplo, se a vítima ou um familiar “sofrer de uma perturbação convulsiva, como a epilepsia, deve ser supervisionado por um adulto quando em contacto com a água”.
Existem ainda outras doenças que “podem aumentar o risco de afogamento, como doenças cardíacas ou autismo”.
8 – Atenção ao consumo de medicamentos e álcool
Para evitar afogamentos, é recomendado evitar nadar “se estiver a tomar medicamentos que prejudiquem o equilíbrio, a coordenação ou a capacidade de discernimento”, aponta o CDC.
O álcool também deve ser evitado “antes ou durante a natação, passeios de barco ou outras atividades aquáticas”, escreve-se no mesmo texto. Também não deve ingerir bebidas alcoólicas enquanto supervisiona crianças.
9 – Evitar suster a respiração durante muito tempo
“Não se deve hiperventilar antes de nadar debaixo de água ou tentar suster a respiração debaixo de água durante longos períodos de tempo”, alerta-se no site do CDC. Porquê? “Isto pode fazer com que desmaie e se afogue”.
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