As vacinas causam autismo?
A ideia de que as vacinas causam autismo é um dos principais argumentos dos movimentos antivacinação e uma das razões que leva alguns cuidadores a terem receio de vacinar as crianças. No entanto, essa crença não tem fundamento científico.
Como nasceu o mito de que as vacinas causam autismo?
Este mito surgiu quando, no final dos anos 90, um estudo publicado na revista Lancet – que tinha como investigador principal Andrew Wakefield – levantou a hipótese de a toma da vacina tríplice viral (contra o sarampo, a papeira e a rubéola) estar associada ao desenvolvimento de perturbações do espectro do autismo.
No entanto, além de essa hipótese ter sido contrariada (e nunca provada) em várias investigações, o estudo de Wakefield foi desacreditado e considerado fraudulento, devido a problemas metodológicos e éticos na realização da investigação.
Aliás, doze anos após a publicação do estudo em causa, o órgão que regula a prática médica no Reino Unido (o General Medical Council) declarou que Wakefield tinha conduzido a investigação de forma “desonesta e irresponsável”, tendo o médico ficado proibido de exercer naquele país.
No seguimento deste parecer do General Medical Council, a revista Lancet decidiu retirar dos seus arquivos o estudo de Andrew Wakefield, dado ter-se tornado “claro” que “vários elementos do artigo” estavam “incorretos”.
Vacinas e autismo: o que diz a ciência?
Não há evidência científica de que as vacinas causem autismo. Aliás, a conclusão de todas as investigações sérias e robustas realizadas antes e depois de essa hipótese ter sido levantada foi a mesma: a toma de vacinas não está associada ao desenvolvimento de perturbações do espectro do autismo.
Exemplo disso é o relatório “Efeitos adversos das vacinas: Evidência e Causalidade” publicado, em 2012, pela Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos que concluiu que a vacina tríplice viral (MMR, na sigla inglesa) “não está associada ao autismo ou à diabetes infantil”.
Outro exemplo reside no estudo publicado em 2019 na revista Annals of Internal Medicine que acompanhou mais de 650 mil crianças nascidas na Dinamarca entre 1999 e 2010.
Nas conclusões da investigação dinamarquesa pode ler-se que o estudo “sustenta fortemente que a vacina MMR não aumenta o risco de autismo, não desencadeia o autismo em crianças suscetíveis e não está associada a um agrupamento de casos de autismo após a vacinação”.
No mesmo sentido, num texto informativo publicado no site dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América (CDC, na sigla inglesa), reforça-se que vários “estudos demonstraram que não existe qualquer relação entre o facto de receber vacinas e desenvolver perturbações do espectro do autismo”.
Importa sublinhar que as vacinas podem salvar vidas. Segundo dados disponibilizados no site da OMS, atualmente, a imunização das populações através da vacinação permitirá prevenir “3,5 a 5 milhões de mortes todos os anos devido a doenças como a difteria, o tétano, a tosse convulsa, a gripe e o sarampo”.
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