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Uma pele bronzeada é sinal de saúde?

5 Abr 2023 - 09:54
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Uma pele bronzeada é sinal de saúde?

Com a aproximação do verão abre-se a época dos “banhos de sol” em praias e piscinas, mas também aumenta a exposição solar involuntária nas caminhadas ao fim da tarde ou em atividades ao ar livre. Para muitos, ter uma pele bronzeada é o principal objetivo nesta estação do ano.

Muitas vezes, associa-se esta mudança no tom da pele a um melhor estado de saúde. Mas será mesmo assim? Existem bronzeados saudáveis? Quais os cuidados a ter na exposição solar?

É verdade que uma pele bronzeada é sinal de saúde?

protetor pele

A resposta da dermatologista Diana Miguel é clara: “não existe nenhum bronzeado saudável“. Na perspetiva da especialista, “o bronzeado é visto como um símbolo de saúde, porque geralmente ocorre nos meses de verão, quando as pessoas andam mais ao ar livre e, habitualmente, mais felizes”. 

Por outro lado, como nessa época do ano “há menos infeções”, “associamos o bronzeado a estar saudável mentalmente e fisicamente”, acrescenta.

No entanto, a verdade é que “não existe nenhuma forma completamente segura de nos expormos ao sol”, garante. Aliás, no site da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) alerta-se para os perigos da exposição aos raios ultravioleta (UV).

A exposição aos raios UV não ocorre “só quando se apanha sol na praia, mas também praticando um desporto ao ar livre, fazendo jardinagem ou simplesmente caminhando ao sol”, avisa-se.

Segundo Diana Miguel, “a exposição solar potencia muito o risco para o aparecimento de cancro de pele, não apenas do melanoma, mas também de outros cancros de pele, como é o caso do carcinoma basocelular e do carcinoma espinocelular“.

E os solários também são agressivos para a pele? A APCC e a dermatologista questionada pelo Viral defendem que sim. “Os solários são igualmente inseguros, porque nos expomos diretamente à radiação UV-A sem usar algum tipo de proteção”, salienta Diana Miguel. 

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Apesar de a radiação UV-A “apresentar menor potencial cancerígeno do que a radiação UV-B”, adianta a médica, “é responsável pelo envelhecimento da pele e pelo aparecimento de rugas”.

Quais os cuidados a ter na exposição solar?

pele bronzeada

Sendo que não existe propriamente uma maneira de exposição solar livre de perigo, Diana Miguel aconselha o seguimento de alguns cuidados, “de forma a diminuir o risco e a quantidade de radiação UV à qual nos expomos”.

A APCC disponibiliza um “relógio solar” que indica as horas mais perigosas e as menos perigosas para exposição solar. O guia aponta o intervalo do meio-dia às 16h00 como “horas perigosas“, indica que os períodos das 11h00 às 12h00 e das 16h00 às 17h00 são de “perigo intermédio”, e assegura que as “horas apropriadas” são “antes das 11h00 ou depois das 17h00”. 

No mesmo sentido, Diana Miguel recomenda que se evite “a exposição solar entre as 11h00 e as 16h00”. Além disso, a dermatologista considera fundamental a colocação de “protetor solar (FPS 50) trinta minutos antes da exposição, repetir a sua aplicação a cada duas horas e após cada ida à piscina ou ao mar”.

A especialista sublinha que “o protetor solar ajuda a prevenir a queimadura solar e permite-nos tolerar melhor a exposição”, mas isto “não significa que nos proteja do potencial cancerígeno causado pela radiação UV, especialmente pela radiação UV-B”.

Nas horas em que a radiação é mais intensa, refere a médica, “devemos procurar a sombra e usar têxteis de malha apertada”. Além disso, “usar óculos de sol e chapéu também é fundamental”, frisa.

No texto redigido pela APCC alerta-se ainda para o perigo “do reflexo dos raios solares na neve, na praia, na água e na relva”. Segundo a mesma fonte, “estar à sombra de um chapéu de sol ou de um toldo não é suficiente para evitar os escaldões”.

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Noutro plano, a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo reforça a importância da aplicação de protetor solar e todos os cuidados necessários, mesmo que o tempo esteja nublado, “uma vez que os raios são quase tão perigosos como com sol”.

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As pessoas com “peles mais claras, olhos claros e/ou cabelos loiros, ou ruivos, apresentam maior risco e devem ter ainda mais cuidados”, aponta. 

Para mais, os bebés, “no primeiro ano de idade, não devem ser expostos diretamente ao sol”, já que, assegura a APCC, “uma queimadura solar na infância duplica o risco de mais tarde se desenvolver um cancro de pele”.

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Dermatologia

5 Abr 2023 - 09:54

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