“Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na justa medida, no momento certo, pela razão certa e da maneira certa – isso não é fácil.”
Aristóteles
Somos seres emocionais, as emoções fazem parte da nossa vida e acabam por ter um papel preponderante e contribuir para o nosso (in)sucesso. Não só influenciam as nossas tomadas de decisão, como as relações que estabelecemos com os outros, o nosso desempenho profissional, o nosso estado de espírito.
Sabemos que quem conhece bem as suas emoções e as consegue gerir de forma eficaz tem a sua inteligência emocional mais bem desenvolvida e uma maior probabilidade de ser bem sucedido. Estudos mostram mesmo que 90% dos profissionais com melhor performance têm altos níveis de inteligência emocional.
Mas o que é a inteligência emocional?
Amplamente divulgada a sua importância a partir da publicação do livro de Daniel Goleman em 1995, embora antes já se falasse sobre ela, não é mais do que a capacidade de conhecer as nossas próprias emoções, sabendo identificá-las e expressá-las de forma adequada, mas também saber lidar com elas, saber geri-las. É ainda a capacidade que temos de nos automotivar, apesar das dificuldades que surjam; de controlar os nossos impulsos, adiarmos a gratificação; sermos empáticos com os outros e conseguirmos estabelecer relações interpessoais.
Por exemplo, já alguma vez sentiu muita raiva, com vontade de partir as coisas à sua volta ou de agredir alguém, mas controlou os seus impulsos e não o fez porque sabia que iria piorar a situação? Isso é ser emocionalmente inteligente.
E são tantos os benefícios que ser emocionalmente inteligente tem: permite um maior controlo emocional e, consequentemente, uma melhor gestão da sua vida; facilita o alcance de metas e objetivos, a capacidade de adaptação; melhora a relação com os outros; proporciona equilíbrio emocional diante de situações stressantes e desafiadoras; aumenta o foco e a determinação e traz mais responsabilidade e comprometimento.
Daí a importância que a literacia emocional tem. Precisamos, urgentemente, desenvolver a nossa inteligência emocional. Muitos conflitos se resolveriam e outros nem chegariam a existir. Mas, infelizmente, nem todos sabemos sequer identificar as nossas emoções, perceber o que efetivamente estamos a sentir e o que causou esse estado emocional, quanto mais conseguir gerir essas emoções. No entanto, nunca é tarde para o aprender a fazer.
Tal como estudamos conceitos técnicos da nossa área profissional para estarmos atualizados devemos continuar sempre a nossa caminhada de autoconhecimento, um dos pilares fundamentais da inteligência emocional para que consigamos descobrir as nossas forças, mas também os nossos limites; os nossos gatilhos emocionais; ir desenvolvendo a confiança nas nossas capacidades.
O que podemos fazer para desenvolver a nossa inteligência emocional?
- Desenvolver cada um dos pilares essenciais: autoconhecimento, autorregulação, automotivação, empatia e relacionamentos interpessoais.
- Aprender a identificar e a expressar as emoções.
- Estar atento aos outros. Ser empático e saber “ler” as emoções dos outros.
- Desenvolver a autoconfiança e a autoestima.
- Praticar o autocuidado.
E, porque nem sempre é fácil fazer este percurso sozinho, não hesite em pedir ajuda profissional. Mas, não descure a sua inteligência emocional! Ela pode ter um impacto bastante positivo na sua vida.
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Sónia Gaudêncio
Psicóloga Clínica e Directora da ESTIMA +
Especialidade em Psicologia Clínica e da Saúde;
Psicogerontologia e NEE
estimamais@gmail.com
https://facebook.com/estimamais/
Este texto é publicado no âmbito de uma parceria entre o Viral e o jornal especializado Health News.
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