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Cancro

Utilizar o micro-ondas para aquecer a comida provoca cancro? Claro que não

Os fornos de micro-ondas utilizam radiação eletromagnética para aquecer a comida. Será que a radiação altera a composição da comida e aumenta o risco de desenvolver cancro?   

20 Dez 2021 - 06:12

Cancro

Utilizar o micro-ondas para aquecer a comida provoca cancro? Claro que não

Os fornos de micro-ondas utilizam radiação eletromagnética para aquecer a comida. Será que a radiação altera a composição da comida e aumenta o risco de desenvolver cancro?   

O ato de aquecer uma refeição no micro-ondas tornou-se uma prática comum entre a população. Mas existem ainda vários mitos associados à utilização deste eletrodoméstico. Há quem diga que os alimentos que são aquecidos ou cozinhados nos fornos de micro-ondas podem aumentar o risco de cancro. Será que é verdade?

Não, não é verdade. Para perceber melhor a explicação, vamos começar pela forma como funcionam os fornos de micro-ondas: como o nome indica, estes aparelhos funcionam à base de ondas eletromagnéticas de grande cumprimento, chamadas micro-ondas. Estas ondas não são ionizantes, ou seja, não têm capacidade de separar os eletrões dos átomos e não alteraram o ADN. No espetro eletromagnético, as micro-ondas encontram-se abaixo das ondas de luz visíveis ao olho humano, entre a radiação infravermelha e a ondas de rádio. As radiações ionizantes – como os raios-x e os raios gamma –, que podem causar danos ao tecido celular, encontram-se na ponta oposta do espectro.

Fonte: NASA

 

Sendo radiação não-ionizante, as micro-ondas não alteram a composição e os componentes do alimento. Ao atingir a comida, as micro-ondas fazem vibrar as moléculas de água que compõe os alimentos, produzindo energia sob a forma de calor que irá aquecer ou cozinhar a comida. As micro-ondas não permanecem na comida depois de esta ter sido aquecida. “A energia das micro-ondas é alterada para calor assim que é absorvida pela comida e não torna a comida ‘radioativa’ ou ‘contaminada’”, afirma a entidade norte-americana FDA.

Também a Organização Mundial de Saúde garante que “a comida cozinhada no forno de micro-ondas é tão segura e tem a mesma quantidade de nutrientes, que a comida cozinhada num forno convencional”. “A principal diferença entre estes dois métodos de cozedura é que a energia do micro-ondas penetra mais profundamente na comida e reduz o tempo para o calor ser conduzido através da comida, reduzindo assim o tempo total de cozedura.”

Outra questão que relaciona o uso dos fornos micro-ondas e o risco de cancro é a exposição à radiação quando se está perto do aparelho em funcionamento. Mas trata-se também de um mito: os fornos micro-ondas são desenvolvidos de forma a evitar fugas de radiação. Existem sistemas de proteção que impedem a utilização dos aparelhos quando estes não estão selados – por exemplo: não é possível colocar o micro-ondas a funcionar quando a porta não está bem fechada. A FDA impõe a existência de dois fechos de segurança separados para interromper o funcionamento do aparelho caso a porta abra.

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Segundo as normas impostas pela FDA, o forno de micro-ondas não poderá vazar mais de 5 miliwatts de radiação por centímetro quadrado a uma distância de até cinco centímetros. “Este limite é muito abaixo do nível identificado para causar dano às pessoas”, esclarece o regulador. Os níveis de radiação diminuem consideravelmente quando a pessoa se afasta do aparelho. Se a pessoa estiver a 50 centímetros do aparelho, por exemplo, a quantidade de radiação será 100 vezes inferior à registada a uma distância de cinco centímetros.

De acordo com um estudo que analisou os ferimentos associados à utilização de fornos micro-ondas nos Estados Unidos entre 1990 e 2010, a principal causa de ferimento são as queimaduras, tendo como origem o entorno do conteúdo. Os investigadores identificaram que as mãos e os dedos são as partes do corpo mais comummente atingidas.

Segundo as normas impostas pela FDA, o forno de micro-ondas não poderá vazar mais de 5 miliwatts de radiação por centímetro quadrado a uma distância de até cinco centímetros.

Conclusão: a utilização dos fornos de micro-ondas para aquecer a comida não está relacionado com um aumento do risco de cancro. Da mesma forma, também a informação que relaciona a utilização destes aparelhos com a exposição à radiação são mentira. Os aparelhos são regulados e selados para que não haja fugas de radiação.

A utilização dos fornos micro-ondas deverá ser sempre feita consoante as normas descritas nos manuais de instruções. É também necessário ter em atenção quais os materiais dos recipientes colocados: apesar de as micro-ondas não atuarem sobre vidro, loiça ou plástico, o calor emitido pela comida poderá provocar danos nos recipientes. Desta forma, é aconselhável que se utilizem apenas recipientes que sejam apropriados para ir ao micro-ondas.

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20 Dez 2021 - 06:12

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