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Reação alérgica a um alimento é sempre imediata?

12 Abr 2024 - 01:48
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Reação alérgica a um alimento é sempre imediata?

Milhões de pessoas em todo o mundo têm alergias alimentares. Apesar de serem mais frequentes em crianças, estas alergias podem surgir em qualquer idade, e, até à data, sabe-se que é possível desenvolver uma alergia a qualquer alimento. Mas será que as reações alérgicas ocorrem sempre imediatamente após o contacto com um alimento?

É verdade que a reação alérgica a um alimento é sempre imediata?

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As instituições nacionais e internacionais de saúde definem uma alergia alimentar como uma reação adversa do sistema imunitário à exposição (ingestão, contacto ou inalação de partículas) de um determinado alimento (ver aqui, aqui, aqui e aqui).

Contudo, existem vários tipos de reações alérgicas, com sintomas e gravidades diferentes, que podem ou não surgir logo após a exposição a um determinado alimento.

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Num texto informativo do Sistema Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla inglesa), explica-se que a alergia alimentar mais comum é mediada por “um anticorpo chamado imunoglobulina E (IgE)”. 

Tal como se frisa num documento da Organização Mundial da Saúde (OMS), estas reações são imediatas, ou seja, por norma, ocorrem até duas horas após o contacto com um alimento.

Este tipo de reações pode manifestar-se “com uma variedade de sinais e sintomas que podem envolver os sistemas digestivo, respiratório, cardiovascular ou cutâneo”. 

A gravidade destas reações varia de ligeira a grave, com risco de vida. Neste tipo de reação alérgica alimentar, salienta-se no texto do NHS, “existe um risco maior de anafilaxia”.

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) explica, num documento, que a anafilaxia “é a forma mais grave de manifestação de uma reação alérgica, que pode resultar em dificuldade respiratória, perda de consciência ou mesmo morte, se não for imediatamente tratada”.

Por outro lado, existe um tipo de alergia alimentar não mediada por lgE. Segundo o texto do NHS, estas alergias são causadas “por outras células do sistema imunitário” e, muitas vezes, são difíceis de diagnosticar.

Isto porque, destaca a OMS, “afetam mais frequentemente apenas o trato gastrointestinal” e, nestes casos, as reações alérgicas têm início mais de duas horas após a exposição ao alimento.

Por último, aponta-se no texto do NHS, existem ainda “alergias alimentares mistas” causadas por IgE e outras células, ou seja, as pessoas que as experienciam “podem apresentar sintomas de ambos os tipos”.  

De acordo com outro documento da SPAIC, a gravidade das reações alérgicas alimentares estão associadas, com frequência, a determinados alimentos.

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Apesar de qualquer alimento poder provocar uma reação alérgica, é mais comum haver alergia a proteína do leite, ovos, amendoins, nozes, soja, cereais, peixe e marisco. Quase todos estes alimentos podem desencadear os três tipos de reações alérgicas.

Por exemplo, refere-se no documento da SPAIC, “a alergia a frutos secos e sementes constitui um problema relativamente frequente: 0,6% a 1% da população é alérgica a, pelo menos, um fruto seco”. 

Esta alergia em específico “afeta significativamente a qualidade de vida dos doentes, sendo geralmente grave, potencialmente fatal, e raramente desaparece”.

Em contrapartida, tal como já tinha apontado a nutricionista Bárbara Beleza, em declarações anteriores ao Viral, a alergia à proteína do leite “é caraterística, sobretudo, da idade pediátrica” e “a maioria das crianças ultrapassa” essa condição na primeira infância.

Em relação à alergia aos frutos secos e aos cereais, estão descritos casos de anafilaxia induzidos pela prática de exercício físico, embora menos frequentes, aponta-se no documento da SPAIC.

Além disso, dentro das alergias aos cereais, a mais comum é a doença celíaca – cuja incidência tem vindo a aumentar – “que resulta de uma reação de hipersensibilidade imunológica ao glúten”, refere-se.

O que fazer em caso de reação alérgica alimentar?

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Segundo outro texto do NHS, existem alguns sinais de urgência que podem indicar uma reação alérgica alimentar. São eles: lábios, boca, garganta ou língua inchados; respiração ofegante ou dificuldade a respirar; mudança de cor e erupções na pele; sensação de confusão, sonolência ou tontura; e desmaio.

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Em caso de alergia conhecida, o doente não pode consumir os alimentos aos quais é alérgico. Contudo, estas pessoas devem sempre ter consigo “medicamentos para ajudar a controlar os sintomas, ou usar em caso de emergência”, adianta-se.

Tratam-se de “anti-histamínicos para reações alérgicas leves” e “autoinjetores de adrenalina”, para reações graves.

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12 Abr 2024 - 01:48

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