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Ovos devem ser guardados dentro ou fora do frigorífico?

16 Fev 2024 - 08:46

Ovos devem ser guardados dentro ou fora do frigorífico?

O ovo é um alimento que faz parte da dieta mediterrânea e que ocupa um lugar de destaque em várias receitas de doçaria portuguesa. Além de ser rico do ponto de vista nutricional, é versátil e acessível.

Nas superfícies comerciais, os ovos estão expostos numa zona não refrigerada. No entanto, ao chegar a casa, há quem os coloque no frigorífico e quem prefira conservá-los à temperatura ambiente.

Perante esta dualidade, impõe-se a pergunta: qual a forma mais adequada e segura para conservar os ovos?

Dentro ou fora do frigorífico? Como conservar ovos

Em declarações ao Viral, Isabel Ratão, especialista na área da segurança alimentar no Instituto Superior de Engenharia da Universidade do Algarve, explica que os ovosdevem ser guardados no frio para retardar o desenvolvimento de microrganismos”. 

“O frio, desde que adequado, ajuda a prolongar a conservação do ovo, uma vez que atrasa o desenvolvimento microbiano”, esclarece a especialista.

No entanto, alerta,  para evitar “oscilações de temperatura”, os ovos não devem ser colocados na porta do frigorífico.

No mesmo sentido, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) aconselha o consumidor a “conservar os ovos no frigorífico, com a ponta mais fina para baixo”, retirando apenas do frio “os ovos que necessita” no momento. O objetivo é “evitar as variações de temperatura acentuadas”, que possam promover a contaminação do alimento.

Porque estão os ovos fora do frio no supermercado?

Se o frio ajuda a conservar os ovos, por que razão estes alimentos não estão no frigorífico nas superfícies comerciais? Há uma explicação: “Se os ovos estiverem no frio e forem transportados para a casa dos clientes à temperatura ambiente, podem cobrir-se de água condensada, favorecendo a proliferação de microrganismos na casca”, diz Isabel Ratão.

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Os microorganismos podem penetrar no ovo, “o que ainda é mais prejudicial do que estarem à temperatura ambiente, sem sofrerem oscilações de temperatura”, prossegue a especialista.

É também por essa razão que não se devem colocar os ovos na porta do frigorífico. Esta zona é mais suscetível a oscilações de temperatura, podendo levar ao aparecimento da referida camada de água condensada sobre as cascas dos ovos.

A professora de segurança alimentar refere ainda que, apesar de estarem à temperatura ambiente, as embalagens dos ovos costumam ser colocadas “em corredores cuja temperatura não é muito elevada, para evitar oscilações” durante o transporte até casa dos clientes.

As normas de conservação para os ovos – durante o processo de transporte e comercialização – estão previstas nos regulamentos europeus.

No Regulamento 589/2008, é explicado que “os ovos refrigerados deixados à temperatura ambiente podem cobrir-se de água condensada, favorecendo a proliferação de bactérias na casca e a sua provável penetração no ovo.”

Por essa razão, devem “ser armazenados e transportados a uma temperatura constante e não devem, regra geral, ser refrigerados antes da venda ao consumidor final”.

Quais os sinais de que um ovo está estragado?

O consumo de ovos contaminados pode constituir um risco para a saúde. Antes de utilizar este alimento, deve ter atenção a alguns sinais.

Em primeiro lugar, deve ter em conta a data de validade. Esta informação faz parte de um carimbo colocado em todos os ovos comercializados – que inclui ainda o código de identificação europeu que contém a origem exata, o sistema de produção, o país de origem, a região e o produtor.

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Segundo a ASAE, a “validade de um ovo é a de 28 dias após a sua postura”. Para além dessa data, “não é possível dizer de uma forma genérica durante quanto tempo mais poderão ser consumidos”, refere Isabel Ratão. 

A conservação do ovo irá depender “das condições de armazenamento em casa e de todo o histórico de transporte/armazenamento até chegar ao consumido”.

Antes de utilizar o ovo, deve-se ter em atenção o estado do alimento. “Se a casca não estiver íntegra, o ovo não deve ser consumido, porque pode já estar contaminado e ainda não apresentar sinais”, afirma Isabel Ratão. 

“Se, ao partir, a gema não se apresentar íntegra, se o ovo apresentar odor ou quaisquer outros sinais estranhos, indica que não está próprio para consumo”, prossegue a especialista.

A infeção por salmonella é um dos principais riscos de ingerir um ovo contaminado. Esta bactéria pode provocar diarreia, febre, cólicas abdominais, náuseas, vómitos ou dores de cabeça.

Segundo o Serviço Nacional de Saúde, os sintomas “surgem entre oito e 72 horas após a infeção e podem durar entre quatro e sete dias”. A infeção por salmonella “apresenta um maior risco para crianças com menos de cinco anos, idosos e doentes imunodeprimidos”.

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Em situações mais complicadas da infeção – que são consideradas raras – o paciente poderá sofrer “forte desidratação”, “dores nas articulações”, “expansão da bactéria pelo sangue, afetando outros órgãos” ou “evolução para a febre tifóide”.

Antes e depois de manusear ovos, é recomendado lavar bem as mãos e os utensílios utilizados para evitar a contaminação de outros alimentos.

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Alimentação

16 Fev 2024 - 08:46

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