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Teste do ovo. Se não flutua, é seguro comer?
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Teste do ovo. Se não flutua, é seguro comer?

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O teste do ovo é uma técnica que passou de geração em geração para, supostamente, ajudar a perceber se os ovos estão em condições de serem consumidos.

Segundo a sabedoria popular, se colocarmos um ovo numa taça com água e este flutuar, significa que está estragado. Por outro lado, a mesma teoria defende que quando o ovo não flutua é porque está bom para consumo. Mas será mesmo assim? Um ovo que não flutua é uma garantia de segurança alimentar?

O teste do ovo funciona? E é uma garantia de segurança alimentar?

teste do ovo

Paula Teixeira, professora e investigadora na área da segurança alimentar na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica no Porto, não deixa margem para dúvidas: o facto de um ovo não flutuar quando colocado numa taça com água “não é a garantia de que é um ovo seguro”.

A especialista explica que o teste do ovo pode ajudar a perceber se um ovo está fresco, mas não é suficiente para detetar se está contaminado.

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“Nós fizemos umas experiências em que inoculámos o ovo com níveis muito elevados de salmonella e pusemos o ovo em água para ver se flutuava ou não. E claro que não flutuava. O ovo ia ao fundo na mesma, porque era um ovo ainda relativamente fresco”, sustenta.

Por outro lado, assinala Paula Teixeira, quando um ovo flutua, “não deve ser consumido”.

“Pode tratar-se, por exemplo, de um ovo muito velho. E, quanto mais velho for o ovo, se estiver contaminado, maior será a probabilidade de os níveis de contaminação aumentarem ao longo do tempo”, aponta.

Em suma, o teste do ovo pode ajudar a perceber se um ovo está fresco ou não, e não se deve consumi-lo caso flutue, mas o facto de não flutuar não garante que não possa estar contaminado por patogénicos.

Consumo de ovos: Quais os cuidados a ter?

teste do ovo

Apesar de não ser possível avaliar a olho nu se um ovo tem salmonella ou outro patogénico, há algumas precauções que podem ajudar a diminuir a probabilidade de se consumir ovos contaminados.

Em primeiro lugar, avança Paula Teixeira, ainda no momento da compra, é importante verificar se o ovo tem a casca limpa, intacta e sem rachaduras. Isto porque, quando um ovo já está partido, “a probabilidade de ter algum contaminante de fora a passar para dentro também é maior”.

Outro conselho passa por ter especial “cuidado com os ovos caseiros” e utilizá-los “apenas em pratos que vão ser cozinhados, que vão atingir temperaturas elevadas”.

Importa também, segundo a especialista, guardar os ovos no frigorífico para “prevenir o crescimento de microorganismos indesejáveis”, mas também “por uma questão de qualidade, porque um ovo que fica fora do frigorífico vai ficar com a clara muito mais líquida, vai ficar com uma gema que se desfaz”.

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Por fim, Paula Teixeira recomenda que “não se espere muito pelo fim do prazo de validade”, ou seja, que se consuma os ovos o mais frescos possível.

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Alimentação

8 Mai 2023 - 04:01

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