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Barriga de cerveja: Quais as causas? E como evitar?

A expressão “barriga de cerveja” surge da ideia de que a fermentação desta bebida no estômago provoca um aumento da circunferência abdominal. Confirma-se? Quais as verdadeiras causas da barriga de cerveja?

26 Out 2022 - 04:19

Barriga de cerveja: Quais as causas? E como evitar?

A expressão “barriga de cerveja” surge da ideia de que a fermentação desta bebida no estômago provoca um aumento da circunferência abdominal. Confirma-se? Quais as verdadeiras causas da barriga de cerveja?

“Barriga de cerveja” é o termo informal utilizado para designar a zona abdominal redonda e proeminente que se torna mais visível, com o passar dos anos, em alguns homens mais velhos. A expressão popular anda de mãos dadas com a crença de que o consumo desta bebida provoca um aumento da circunferência abdominal. Esta ideia tem fundamento? O que causa a chamada “barriga de cerveja”?

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O que é a “barriga de cerveja”?

Em declarações ao Viral, a endocrinologista Sílvia Saraiva começa por esclarecer que a denominada “barriga de cerveja” se trata, na verdade, de “um aumento da gordura visceral”, estando “normalmente associada a uma distensão abdominal”.

Esta distensão abdominal verifica-se nas pessoas que “vão perdendo a massa muscular”, porque “elevam mais copos do que halteres”, ironiza.

Também ao longo dos anos, “a massa muscular vai ficando menos forte e, se não tivermos músculos abdominais competentes, isso vai fazer com que o que está dentro do nosso abdómen faça pressão para a frente”, adianta a especialista.

Ora, os fatores que levam à “barriga de cerveja” podem conjugar-se na mesma pessoa. Isto porque, tal como explica a endocrinologista, a mesma pessoa pode, por exemplo, ter um estilo de vida mais sedentário e, simultaneamente, ter um consumo substancial de cerveja.

Por isso, “juntamos, a partir de uma certa idade, o aumento do sedentarismo com o aumento do volume calórico desadequado aos gastos energéticos”. 

A idade aqui parece ser um fator relevante. Segundo a endocrinologista, “mesmo os jovens que saem à noite e bebem muita cerveja – ou outras bebidas alcoólicas – e não fazem exercício físico, acabam por começar a ganhar aquela barriguinha”. No entanto, inicialmente, essa circunferência abdominal não é tão grande, porque, apesar de tudo, “os jovens têm o metabolismo mais alto e têm os músculos abdominais relativamente competentes”.

Além disso, refere, “os homens são muito mais predispostos a ter uma gordura visceral” mais elevada, mas isso não significa que o mesmo não possa acontecer com as mulheres. Aliás, esse aumento da gordura visceral pode acontecer, sobretudo, “nas mulheres em menopausa”, aponta.

“Não é a cerveja em si que faz a barriga de cerveja”

Sílvia Saraiva refere que, por vezes, as pessoas utilizam a fermentação da cerveja no estômago como argumento para justificar o ganho de peso com esta bebida. No entanto, do ponto de vista da médica, “isso é um fator mínimo, porque o importante é que a cerveja é uma bebida calórica que, depois de metabolizada, se transforma em açúcar”.

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Contudo, “não é a cerveja em si que faz a barriga de cerveja”, mas sim os hábitos “quer alimentares, quer de estilo de vida”, por vezes associados ao consumo regular ou excessivo desta bebida. “É uma conjuntura, é o tal beber social”, conclui a médica.

Ainda assim, completa, a “barriga de cerveja” não está associada apenas ao consumo de bebidas alcoólicas: “Se as pessoas, em vez de beberem uma cerveja, beberem uma bebida doce igualmente calórica – como os refrigerantes – também podem ganhar a chamada “barriga de cerveja”, sustenta.

Noutro plano, não se pode ignorar o facto de o álcool ser muito calórico, de modo geral. “Quando eu faço dietas de emagrecimento, uma das coisas que temos de fazer é a repressão alcoólica, porque não há dieta de emagrecimento que resista” ao consumo regular de bebidas alcoólicas, defende Saraiva. 

Como evitar a “barriga de cerveja”?

A resposta da endocrinologista da CLIVIP é clara: “moderação e exercício físico”.  A verdade é que “não tem mal nenhum beber uma ou duas cervejas, se a pessoa não for sedentária, ou seja, é tudo um equilíbrio entre o que ganhamos e o que gastamos”.  

No entanto, vinca, é preciso ter especial atenção à questão do sedentarismo à medida que os anos passam. Por um lado, “a nossa musculatura vai ficando menos competente e, por outro lado, o nosso metabolismo está mais baixo – porque vai descendo com a idade”.

Na visão da especialista em endocrinologia, “à medida que a idade avança, devíamos beber menos e mexermo-nos mais, mas fazemos o contrário”.

Quais os perigos da gordura visceral para a saúde? 

É significativamente diferente quando duas pessoas têm o mesmo peso, mas têm a “gordura distribuída de uma forma mais subcutânea ou de uma forma visceral”, esclarece a médica. 

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No fundo, “é aquela imagem da pêra ou da maçã. A maioria das mulheres “tem a gordura mais distribuída em pêra, ou seja, uma gordura mais subcutânea”.

Já as pessoas com uma gordura distribuída em forma de maçã, apresentam mais gordura visceral e, por isso, têm muito maior risco cardiovascular”.

Aliás, tal como se esclarece num documento da Direção-Geral da Saúde, a obesidade visceral está associada a complicações metabólicas, como a diabetes tipo 2 e a dislipidemia e doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial, a doença coronária e a doença vascular cerebral”.

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Alimentação

26 Out 2022 - 04:19

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