

Exercício físico em excesso pode afetar o ciclo menstrual?
É de conhecimento geral que a prática regular de exercício físico tem inúmeros benefícios para o organismo, nomeadamente ao contribuir para uma boa saúde reprodutiva. Mas será que praticar exercício físico intenso em excesso pode ter efeitos menos positivos e afetar o ciclo menstrual?
É verdade que o exercício físico em excesso pode afetar o ciclo menstrual?
Em declarações prestadas na rubrica do Viral na SIC, a ginecologista e obstetra Irina Ramilo começa por explicar que “o exercício físico ligeiro a moderado é benéfico” durante a menstruação.
Segundo a especialista, praticar atividade física moderada durante a menstruação tem impactos positivos, nomeadamente “na parte psicológica e emocional”, “na libertação das endorfinas” (neurotransmissores associados ao prazer), no “bem-estar” e no “fator anti-inflamatório para melhorar a dor”.
No entanto, sublinha, isto “é diferente de um exercício físico intenso, nomeadamente de atletas de alta competição”.
Nestes casos, pode haver, de facto, alterações do ciclo menstrual, sobretudo quando o exercício físico excessivo está associado a “diminuição de peso”.
A médica e autora da página “A ginecologista da minha melhor amiga” esclarece que temos na cabeça uma hormona que é “libertada de maneira pulsátil” (em padrões/ritmos regulares)” para “estimular os ovários”.
Posto isto, quando há atividade física intensa em excesso, “o stress do exercício físico e a libertação das endorfinas” pode fazer com que esta “pulsatilidade” deixe de existir.
“Portanto, deixa de haver estímulo ovárico e acaba por haver, muitas vezes, diminuição do fluxo menstrual e até a ausência da menstruação, a que nós chamamos de amenorreia”, sustenta.
Esta ausência de menstruação poderá ter efeitos negativos a curto, médio e longo prazo.
Um destes efeitos pode ser, por exemplo, maior dificuldade em engravidar: “Se a atleta quiser engravidar é mais difícil, porque, como não menstrua, provavelmente, não ovula e, portanto, não há o ciclo menstrual, não há, provavelmente, a possibilidade de engravidar”, aponta a especialista.
Outra consequência da ausência de menstruação é a diminuição do estrogénio, sendo que “o estrogénio baixo pode fazer com que, futuramente, haja mais problemas de osteoporose, de fratura”.

Categorias: