
Apanhou um escaldão? O que fazer e quais os riscos das queimaduras solares
Foi à praia, à piscina ou esteve exposto ao sol durante muito tempo e esqueceu-se de aplicar (ou de reaplicar) o protetor solar. Umas horas depois percebe que ficou com um escaldão.
Já em casa, sente a pele vermelha e quente e qualquer toque parece provoca incómodo ou dor. O que deve fazer nesta situação? Como tratar uma queimadura solar? Quais os riscos para a pele?
Como saber se tem um escaldão?
Como explica a Skin Cancer Foundation, num texto informativo publicado no site da organização, “a queimadura solar é uma reação inflamatória aos danos causados pela radiação ultravioleta (UV) nas camadas mais externas da pele”.
De facto, os escaldões “podem não ser imediatamente evidentes”, acrescenta-se num texto publicado no site do Sistema Nacional de Saúde (SNS). Contudo, algumas horas depois, os sintomas aparecem.
Segundo o SNS, há vários sinais de que estamos com um escaldão. O primeiro é uma “vermelhidão, com início entre três a cinco horas após a exposição, com agravamento nas 12-24 horas seguintes”.
Além disso, a pessoa com um escaldão pode experienciar uma “sensação de calor”, pois “a pele fica quente ao toque e parece latejar”.
Para mais, é provável que haja uma “dor local”, provocando uma “maior sensibilidade à pressão e à temperatura”, refere-se no mesmo texto.
Em casos mais graves, pode haver a presença de “prurido, bolhas e inchaço”, “febre” e há a possibilidade de as queimaduras deixarem “cicatrizes na pele”.
Como tratar um escaldão?
Na página da Academia Americana de Dermatologia (AAD) expõe-se algumas recomendações para tratar queimaduras solares que não requerem atenção médica.
“A primeira coisa que deve fazer é sair do sol” e, de preferência, ir para dentro de casa, salienta a AAD.
Além disso, pode tomar “banhos ou duches frios frequentes para ajudar a aliviar a dor”.
Ao sair do duche, “seque-se com cuidado, mas deixe um pouco de água na pele” e “aplique um hidratante para ajudar a reter a água na sua pele”. Seguir este passo “pode ajudar a aliviar a secura”.
A escolha do hidratante certo também é importante. Deve-se utilizar “um que contenha aloe vera ou soja para ajudar a acalmar a pele queimada pelo sol”. Se houver uma zona muito desconfortável, pode-se “aplicar um creme de hidrocortisona”, sugere a AAD.
Por outro lado, não é recomendado tratar “as queimaduras solares com produtos ‘-caína’ (como a benzocaína), pois estes podem irritar a pele ou causar uma reação alérgica”.
Também se pode recorrer à aspirina ou ao ibuprofeno para “reduzir o inchaço, a vermelhidão e o desconforto”.
“Beber mais água quando está queimado pelo sol ajuda a evitar a desidratação”, salienta-se no mesmo texto.
“Se a sua pele ficar com bolhas, deixe-as sarar”, recomenda a Academia Americana. Não se deve rebentar as bolhas, pois elas “formam-se para ajudar a pele a sarar e para o proteger de infeções”.
Por último, é necessário ter um “cuidado extra para proteger a pele queimada pelo sol enquanto ela cicatriza”. Por isso, deve-se usar “roupas que cubram a sua pele quando estiver ao ar livre”.
Noutro plano, o SNS aponta algumas medidas que não devem ser tomadas, tais como: aplicar produtos com álcool e que “aumentem a temperatura nas zonas de pele queimadas”; “colocar água gelada ou gelo”; colocar qualquer mezinha com “manteiga, óleo, clara de ovo ou pasta de dentes”, por exemplo; e “usar roupa apertada ou que friccione a zona afetada”.
Quais os riscos para a saúde em apanhar escaldões?
No site do SNS explica-se que “a pele tem memória, por isso, todas as agressões solares a que for sujeita têm um efeito cumulativo, aumentando a longo prazo o aparecimento de vários problemas, entre eles o cancro da pele”.
Outra consequência dos escaldões repetidos é o “envelhecimento da pele”, que se traduz pela “perda de elasticidade e da capacidade de hidratação” (rugas).
Além disso, podem surgir “problemas de visão, como cataratas”, e “manchas na pele, como melasma”, refere-se.
Por todos os riscos que as queimaduras solares acarretam, a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV) reúne num texto explicativo alguns cuidados a ter na exposição solar.
De modo geral, é fundamental:
- “Usar vestuário adequado”, como “chapéu” e “óculos de sol”;
- “Evitar a exposição solar direta entre as 12 e as 16 horas”;
- Colocar um protetor solar “de fator 30 ou superior, quinze a trinta minutos antes da exposição ao sol e repetir a aplicação de duas em duas horas, ou após banho”.
- Usar protetor solar “mesmo com o tempo nublado”;
- Evitar adormecer ao sol;
Ter “atenção aos medicamentos que está a tomar”, pois alguns fármacos “podem ser fotossensibilizantes, podendo desencadear uma reação de tipo queimadura ou alergia na pele exposta ao sol”.
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