Desde a melhoria do desempenho cognitivo ao emagrecimento, são incontáveis os supostos benefícios do óleo de coco divulgados nas redes sociais. Apesar de muitas das informações partilhadas sobre esta gordura não terem comprovação científica sólida e partirem de equívocos ou extrapolações de estudos, há quem acredite nelas e decida trocar o azeite pelo óleo de coco. Mas será esta a opção mais acertada?

É verdade que o óleo de coco é mais saudável do que o azeite?

Comparar o óleo de coco com o azeite é “até injusto”. Estas são palavras da nutricionista Conceição Calhau aquando da sua participação na rubrica “Viral” do programa “Casa Feliz” da SIC (uma parceria desta estação de televisão com o Viral Check).

A coordenadora da Licenciatura em Ciências da Nutrição e do Mestrado em Nutrição Humana e Metabolismo da NOVA Medical School começa por explicar que o óleo de coco “é muito rico em gordura saturada”, um tipo de gordura “muito relacionada com as doenças cardiovasculares”.

Isto porque, sublinha Conceição Calhau, “há uma associação direta” entre a ingestão de gorduras saturadas e a subida dos níveis de colesterol, bem como entre o colesterol elevado e o risco cardiovascular.

No sentido contrário, “a gordura do azeite – que é, sobretudo, monoinsaturada – está muito relacionada com a prevenção cardiovascular e de muitas outras patologias”, aponta a nutricionista.

Importa sublinhar que o azeite, também conhecido como “ouro líquido”, faz parte da dieta mediterrânica, um padrão alimentar com reconhecidos benefícios para a saúde.

Na página do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde, lê-se que o consumo de azeite em quantidade moderada “tem vindo a ser associado a um aumento da capacidade antioxidante, proveniente de componentes como a vitamina E, carotenoides e compostos fenólicos e, consequente à diminuição do risco cardiovascular”.

Esta ideia é reforçada por um parecer da American Heart Association em que se aconselha a população a “substituir as gorduras saturadas” (como o óleo de coco) “por gorduras polinsaturadas e monoinsaturadas” (como o azeite) para “reduzir a incidência de doença cardiovascular”.

“Uma vez que o óleo de coco aumenta o colesterol LDL, uma causa de doença cardiovascular, e não tem efeitos favoráveis compensatórios conhecidos, desaconselhamos a utilização de óleo de coco”, concluem os peritos.

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Este artigo foi desenvolvido no âmbito do European Media and Information Fund, uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e do European University Institute.

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