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O sol não causa cancro da pele e o protetor solar é desnecessário?

24 Mai 2024 - 08:22
falso

O sol não causa cancro da pele e o protetor solar é desnecessário?

Circulam vários vídeos do TikTok em que se afirma que “o sol não causa cancro da pele” e que, por isso, o uso de protetor solar é desnecessário. 

Numa dessas publicações defende-se, inclusive, que a verdadeira causa do cancro da pele é “a falta de nutrientes”

O autor do vídeo em questão alega que, quando alguém “não tem os nutrientes adequados no seu corpo”, a pele “fica sensível” e “o sol pode acelerar o envelhecimento e até impulsionar um pouquinho isso, mas não é ele que está a causar cancro”. Mas terão estas alegações fundamento científico?

É verdade que o sol não causa cancro da pele?

Em declarações ao Viral, a dermatologista Diana Miguel adianta que a tese de que o sol não causa cancro da pele não tem fundamento científico.

Neste momento, explica a médica, sabe-se que as radiações ultravioleta A e B levam “a um aumento do stress oxidativo ao nível da pele e, consequentemente, a alterações do nosso DNA celular” que podem resultar em cancro de pele.

Aliás, sublinha Diana Miguel, os últimos estudos mostram que “basta a pessoa ficar com um ligeiro eritema solar” (uma leve vermelhidão na pele causada pelo sol) para que “essas alterações” no DNA das células ocorram.

No mesmo sentido, num artigo informativo publicado na página da organização independente de investigação do cancro “Cancer Research UK”, esclarece-se que “o excesso de exposição aos raios UV do sol ou dos solários pode danificar o DNA das células da nossa pele”.

“O DNA diz às nossas células como devem funcionar. Se se acumularem danos suficientes no DNA ao longo do tempo, as células podem crescer de forma descontrolada, o que pode levar ao cancro da pele”, clarifica-se no mesmo texto.

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Por isso, prossegue Diana Miguel, é também falso que o protetor solar seja desnecessário, embora a médica lembre que este produto não “protege a 100%”, sendo fundamentais cuidados adicionais.

Além da utilização de um protetor com “um fator de proteção 50” e da sua reaplicação “a cada duas horas”, é também importante “evitar a exposição solar nos dias em que existe um forte índice de radiação ultravioleta” e “evitar exposto naquele horário de maior perigo, que é entre as 11h00 e as 16h00”.

Por fim, a dermatologista adianta ser também errada a ideia de que um corpo bem nutrido está protegido das radiações do sol e, por consequência, do cancro de pele.

A dermatologista explica que, de facto, “há algumas vitaminas que poderão ter algum poder fotoprotetor, nomeadamente no cancro cutâneo não melanoma”, e que “há alimentos, chás e alguns medicamentos que tornam a nossa pele mais sensível à radiação ultravioleta”. No entanto, isso não significa que o cancro da pele seja causado pela falta de nutrientes ou que um estado nutricional adequado seja suficiente para proteger a pele dos raios ultravioleta.

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Dermatologia

24 Mai 2024 - 08:22

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