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Escovas de dentes elétricas danificam o esmalte dentário?

Na hora de escolher uma escova de dentes, há quem prefira as manuais por acreditar que as elétricas são prejudiciais para o esmalte. É verdade que as escovas de dentes elétricas danificam o esmalte dentário?

17 Out 2022 - 05:44
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Escovas de dentes elétricas danificam o esmalte dentário?

Na hora de escolher uma escova de dentes, há quem prefira as manuais por acreditar que as elétricas são prejudiciais para o esmalte. É verdade que as escovas de dentes elétricas danificam o esmalte dentário?

Existem várias opções de escovas de dentes no mercado: de plástico ou de bambu, mais macias ou mais duras, elétricas ou manuais. No momento da escolha, há quem opte pelas de bambu por acreditar que são mais sustentáveis e quem escolha cerdas mais macias para não magoar as gengivas.  Noutro plano, algumas pessoas recusam as escovas de dentes elétricas por acreditarem que estas danificam o esmalte dentário. Confirma-se?

É verdade que as escovas de dentes elétricas danificam o esmalte dentário?

Em entrevista ao Viral, Paulo Melo, diretor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP), garante que a “perda” ou o “desgaste” do esmalte dentário não está relacionada com o tipo de escova que se usa, mas sim com a “força que a pessoa faz ao escovar”.

Segundo o médico dentista, o que acontece muitas vezes é que as pessoas compram “uma escova manual dura e fazem muita força a escovar, com movimentos errados”, com o objetivo de ficarem com os dentes mais brancos.

Assim, aponta Melo, a maior parte das pessoas “faz um movimento horizontal” com muita força e isto faz com que o esmalte fique danificado, tanto nos dentes de cima como nos de baixo. No mesmo plano, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) clarifica, num artigo de “perguntas e respostas úteis”, que durante a escovagem devem ser feitos “movimentos aos círculos em todas as faces dos dentes”.

Na visão de Paulo Melo, a “perda de esmalte pode acontecer tanto com uma escova manual como com uma elétrica”. Aliás, no caso da utilização da escova elétrica, “a pessoa pode sentir-se menos à vontade para escovar com muita força, porque a força pode fazer o motor parar, por exemplo”, refere.

“A probabilidade de desgaste com uma ou com outra acaba por ser idêntica, uma vez que depende se a pessoa usa ou não a escova adequadamente”, conclui.

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As escovas de dentes elétricas são mais eficazes?

O diretor da FMDUP assegura que a evidência científica (ver aqui, aqui e aqui) mostra que “a escova elétrica pode ser ligeiramente mais eficaz do que a escova manual no objetivo principal da escovagem, que é a remoção dos resíduos alimentares”.  

“Quando um doente me pergunta se deve passar a usar uma escova elétrica ou não, [a resposta] vai depender muito da forma como esse doente consegue escovar os seus dentes”, adianta.

Melo considera que, se o paciente escovar eficazmente os dentes com uma escova manual, não há “nenhuma vantagem adicional em introduzir o hábito da escova elétrica”. Por outro lado, também não há “nenhuma recomendação contrária”.   

Há casos em que a introdução da escova elétrica pode ser bastante benéfica. A título de exemplo, “se estivermos a falar de pessoas mais idosas, em que a destreza manual já começa a ser um bocadinho menor”, faz sentido aconselhar a escova elétrica.

Ainda assim, sustenta Melo, esta “não é uma decisão ou uma opinião que seja uniforme para toda a gente e para todos os grupos populacionais”, ou seja, depende de caso para caso.

No fundo, a utilização da escova elétrica pode ser uma mais-valia, “desde que a pessoa a saiba usá-la bem” e de acordo com as orientações do seu médico dentista ou higienista.  

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Por fim, em alguns casos, quando “uma pessoa é sujeita a uma cirurgia” é “aconselhável ou recomendável que utilize uma escova macia naquele local”, sendo “preferível” o uso de uma “manual”. Isto porque uma escova elétrica pode agarrar os pontos e danificar o trabalho cirúrgico.

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Saúde Oral

17 Out 2022 - 05:44

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