Pôr mel na chupeta para acalmar o bebé é uma prática antiga que tem atravessado gerações. No entanto, em várias publicações online alerta-se que os bebés com menos de um ano não devem comer mel. É verdade? Quais os riscos associados à introdução do mel antes de o bebé completar 12 meses de idade?

É verdade que os bebés com menos de um ano não devem comer mel?

Há vários riscos associados à prática de oferecer mel a bebés com menos de um ano de idade. Quem o adianta é a nutricionista Ana Rita Lemos, aquando da sua participação na rubrica “Viral” do programa “Casa Feliz” da SIC (uma parceria desta estação de televisão com o Viral Check).

Segundo a nutricionista, “o principal risco associado ao consumo de mel antes de um ano de idade é que o mel pode conter esporos [de bactérias] que provocam botulismo infantil”, uma doença “rara, mas muito grave e potencialmente fatal”.

Num texto explicativo publicado na página dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) esclarece-se que esta doença “resulta da ingestão de esporos da bactéria Clostridium botulinum ou de espécies relacionadas, que colonizam temporariamente o intestino grosso do bebé e produzem a neurotoxina botulínica”.

Esta neurotoxina liga-se aos terminais nervosos, paralisa os músculos do bebé progressivamente, dificulta os movimentos respiratórios e pode levar à morte.

Também no site do Serviço Nacional de Saúde britânico se aponta que, “ocasionalmente, o mel contém bactérias que podem produzir toxinas nos intestinos do bebé, levando ao botulismo infantil, que é uma doença muito grave”.

Por isso, alerta-se no mesmo texto, “não dê mel ao seu filho até que ele tenha mais de 1 ano de idade”.

Além disso, assinala Ana Rita Lemos, por ser “uma fonte de açúcar” o mel não deve fazer parte da alimentação de um bebé com menos de 12 meses.

“Não deve ser oferecido açúcar, nem bebidas açucaradas, nem sal a bebés com menos de um ano de idade”, reforça.

Isto porque, segundo a nutricionista, os alimentos açucarados podem “provocar cáries” e contribuir para o “excesso de peso” e para “todas aquelas consequências associadas ao consumo de açúcar”.

Por isso, conclui, pôr mel na chupeta para acalmar um bebé é “um hábito que não deve ser praticado”.

————————————————

Este artigo foi desenvolvido no âmbito do European Media and Information Fund, uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e do European University Institute.

The sole responsibility for any content supported by the European Media and Information Fund lies with the author(s) and it may not necessarily reflect the positions of the EMIF and the Fund Partners, the Calouste Gulbenkian Foundation and the European University Institute.