Caracterizada por níveis excessivos de glicose no sangue, a diabetes é uma doença crónica que pode provocar “lesões graves no coração, nos vasos sanguíneos, nos olhos, nos rins e nos nervos”.
Apesar de, em Portugal, haver mais de 830 mil pessoas com diabetes (uma das prevalências mais elevadas da Europa), persistem alguns mitos e várias dúvidas sobre a doença. Uma crença comum é a ideia de que todas as pessoas com diabetes precisam de injetar insulina. Mas será mesmo assim?
É verdade que todas as pessoas com diabetes precisam de injetar insulina?
Não, nem todas as pessoas com diabetes precisam de injetar insulina. Quem o adianta é o endocrinologista Francisco Sousa Santos aquando da sua participação na rubrica “Viral” do programa “Casa Feliz” da SIC (uma parceria desta estação de televisão com o Viral Check).
O especialista começa por explicar que existem dois tipos de diabetes: a diabetes tipo 1 e a diabetes tipo 2.
No caso da diabetes tipo 1, “as pessoas têm um problema no pâncreas, em que o pâncreas produz pouca insulina”, levando a uma acumulação da “glicose em circulação” no sangue. Neste tipo de diabetes – que corresponde a cerca de 10% das pessoas diabéticas – é necessário “fazer insulina”.
No que diz respeito à diabetes tipo 2, o médico esclarece que “o corpo até pode produzir insulina, mas existe resistência à insulina”. Neste caso, aponta, “só 30% das pessoas com diabetes tipo 2 é que necessitam de fazer insulina”.
Para explicar a diferença entre a diabetes tipo 1 e a diabetes tipo 2, Francisco Sousa Santos recorre a uma analogia: “A insulina é como uma chave para abrir a porta das nossas células para a glicemia entrar, porque a glicemia é o combustível das células. Ora, na diabetes tipo 1, não há chave. Na diabetes tipo 2, existe chave, mas a fechadura parece que está perra. Ou seja, há resistência à ação da chave”.
Se na diabetes tipo 1 é necessário recorrer à insulina para tratar a doença, na diabetes tipo 2 há outras formas de agir, nomeadamente através de toma de medicação e “de alterações de estilo de vida e alimentares”, sendo que, “depois, numa fase mais à frente, pode ser preciso aumentar a produção de insulina ou mesmo dar insulina”.
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