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Faz mal arrancar pelos dos sinais?
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Faz mal arrancar pelos dos sinais?

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Os pelos que nascem nos sinais são considerados inestéticos por muitas pessoas que, por isso, optam por retirá-los com uma pinça. No entanto, há quem considere que faz mal arrancar pelos dos sinais, defendo que este gesto pode, inclusive, provocar cancro da pele. Mas será que esta prática tem mesmo consequências negativas?

É verdade que faz mal arrancar pelos dos sinais?

arrancar pelos dos sinais

Em declarações ao Viral, a médica dermatologista do Hospital de São João, Margarida Barros, refere que “não há nenhuma publicação na literatura científica” que indique haver riscos de degeneração para cancro da pele ao arrancar pelos de um sinal. “Na prática clínica também nunca vi” isso acontecer, acrescenta a especialista. 

Sobre a definição de sinais, a dermatologista diz que “aquilo que nós médicos consideramos um sinal é um nevo, uma agregação de melanócitos, células produtoras de melanina”. 

Assim sendo, nem todas as pintas ou manchas na pele podem ser consideradas sinais. “Há lesões como ceratoses seborreicas ou fibropapilomas que são muito comuns, mas são benignas e não têm qualquer risco”, descreve.

Apesar de não haver riscos graves associados, arrancar pelos dos sinais pode gerar dor e foliculite, uma inflamação no interior da pele que se assemelha com uma espinha. 

“Se isso acontece com frequência, nós recomendamos que não se arranque o pelo”, alerta a especialista consultada pelo Viral.

Por que razão nascem pelos nos sinais?

arrancar pelos dos sinais

Questionada sobre o aparecimento de pelos nos “nevos melanocíticos”, Margarida Barros garante que “não há nenhuma causa nem fator externo”. Pelo contrário, a presença de pelos indica que “se trata de um sinal congénito, ou seja, que está pré-determinado geneticamente” e, por isso, assim como nasce pelo em toda a superfície do corpo, é natural que nasça também nas zonas com sinais.

Ainda sobre este assunto, a médica esclarece que os sinais com pelo não devem ser fonte de preocupação porque não são malignos. “Pelo contrário, estes subtipos de nevos com pelo comprido são muito estáveis. O risco de evoluírem para melanoma [cancro de pele] é muito baixo, muito semelhante ao da pele sem sinal nenhum”.

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“Nós, dermatologistas, não aconselhamos remover este tipo de sinais profilaticamente como forma de prevenir o cancro de pele, podendo, no entanto, [estes sinais] ser removidos pela questão cosmética ou pelo incómodo”, sustenta.

O que se deve fazer ao detetar um sinal com pelos?

arrancar pelos dos sinais

Margarida Barros defende que um sinal com pelos não é fonte de preocupação e, por isso, a necessidade de analisar o caso em consulta de dermatologia surge apenas com o aparecimento de sintomas como alterações de tamanho (por exemplo, quando o sinal cresce) ou mudança de cor de um sinal.

No mesmo sentido, a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia adianta que o “aparecimento de algum sinal novo ou alteração abrupta nalgum dos sinais com aumento da dimensão, alteração da cor, crescimento assimétrico com bordo pouco nítido, ou que tem a superfície em crosta, que sangra ou “dá comichão” também deve ser motivo de consulta”.

A dermatologista consultada pelo Viral deixa ainda clara a diferença entre um sinal e um melanoma. Enquanto, à partida, um nevo é benigno, “um melanoma é um dos tipos mais graves de cancro de pele”. Apesar de este poder ter origem “a partir dos melanócitos existentes num sinal”, também pode desenvolver-se “nos melanócitos que não estão agregados”, aparecendo “numa zona da pele onde não havia sinal nenhum”.

Em suma, arrancar pelos dos sinais não faz mal nem há evidência de que possa resultar em cancro de pele. Além disso, o facto de um sinal ter pelos não é motivo de preocupação. Por outro lado, os sinais devem ser vigiados e as alterações de tamanho ou mudanças de cor de um sinal devem ser analisadas em consulta.

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Categorias:

Dermatologia

Etiquetas:

Dermatologia | Melanomas | Sinais

23 Jan 2023 - 10:12

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