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Neurologia

Sim, é verdade que o chocolate faz bem ao cérebro

9 Jun 2022 - 09:00

Neurologia

Sim, é verdade que o chocolate faz bem ao cérebro

Muitas pessoas associam o consumo de chocolate ao bem-estar, à mudança de humor e até ao sentimento de felicidade. Quando o objetivo é estimular a memória e melhorar a concentração, também há quem coma um pedaço de chocolate. Mas há algum fundamento científico nestas alegações? Sim, os especialistas asseguram que este alimento melhora o funcionamento cerebral.

“Chocolate: foi comprovado cientificamente que o chocolate 70% aumenta as concentrações entre células no cérebro, consequentemente melhorando a nossa concentração e memórias”, garante um utilizador do Twitter, no dia 28 de abril.

Outro tweet, publicado no dia 16 de maio, afirma: “meu cérebro associou o chocolate à felicidade”. São inúmeros os posts que falam de uma melhoria da capacidade cognitiva, provocada pelo consumo de chocolate e a ciência diz que é verdade.

Magda Roma, nutricionista da Clínica Fisiogaspar, confirma ao Viral que o chocolate apresenta vários benefícios. É composto por “uma substância denominada teobromina que além de proteger o sistema nervoso central é igualmente um tónico mental e auxilia na memória e humor”. Além disso, o chocolate tem “flavonoides e fitonutrientes que atuam como vasodilatadores no cérebro” – aumentam a circulação do sangue, que por sua vez aumenta os nutrientes ao órgão – “e atuam ainda como anti inflamatórios e antioxidantes”. Também “influencia na libertação da dopamina, o neurotransmissor da recompensa que, na falta dele, aumenta a ansiedade”, explica a especialista.

É composto por “uma substância denominada teobromina que além de proteger o sistema nervoso central é igualmente um tónico mental e auxilia na memória e humor”.

No mesmo sentido, um estudo desenvolvido pela Universidade de L’Aquila, na Itália, intitulado “Cacau e chocolate não são apenas guloseimas, são bons para a sua cognição”, conclui que os flavonoides de cacau (presentes no chocolate) são eficazes “para sustentar o desempenho cognitivo, levando a melhorias nas medidas de cognição geral, atenção, velocidade de processamento e memória”.

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Aliás, os efeitos cognitivos benéficos promovidos pela ingestão de flavonoides, particularmente em pacientes de risco, “são presumivelmente mediados por ações neuroprotetoras diretas, bem como por melhorias nas funções cerebrovasculares e metabólicas”, defende-se na conclusão da investigação. Além disso, a administração aguda de flavonoides de cacau pode resultar num efeito cognitivo imediato, que sustenta o desempenho em condições cognitivamente exigentes, incluindo na fadiga e na perda de sono.

A nutricionista ainda aponta que “quanto mais natural [chocolate] melhor”, ou seja, deve-se consumir aquele com “máximo de cacau possível, sempre acima de 70% e com baixo valor de açúcar”.

Quais são os potenciais efeitos secundários?

Magda Roma aponta como desvantagens o açúcar e a gordura provenientes do chocolate, que podem estar envolvidos em “várias situações clínicas como obesidade, diabetes, aumento hipertensão arterial, como também cancro, e de uma forma ou outra pode afetar o cérebro”. No mesmo sentido, a análise feita pela Universidade de L’Aquila refere o valor calórico do chocolate; “alguns compostos químicos inerentes à planta do cacau, como a cafeína e a teobromina; e uma variedade de aditivos que adicionamos ao chocolate, como o açúcar ou o leite”.

A nutricionista ainda aponta que “quanto mais natural [chocolate] melhor”, ou seja, deve-se consumir aquele com “máximo de cacau possível, sempre acima de 70% e com baixo valor de açúcar”.

Além disso, fazendo referência à dopamina libertada pelo consumo de chocolate, a especialista em nutrição alerta que o consumo excessivo faz com que essa sensação de recompensa seja prejudicial, pois pode provocar adição. Assim, a especialista refere o equivalente a um quadrado pequeno de chocolate (acima dos 70% de cacau) como quantidade máxima a ser consumida diariamente.

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9 Jun 2022 - 09:00

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