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Revirar ou trocar os olhos de vez em quando faz mal à visão?

6 Mai 2023 - 08:00
falso

Revirar ou trocar os olhos de vez em quando faz mal à visão?

Trocar os olhos, entortando-os, em jeito de brincadeira ou revirar os olhos para mostrar desagrado são gestos que dão origem, muitas vezes, a um aviso vindo dos mais velhos: “Não faças isso que ficas com os olhos tortos.”

Mas será verdade que trocar ou revirar os olhos de vez em quando e durante pouco tempo pode provocar lesões ou danos na visão?

É verdade que revirar ou trocar os olhos faz mal à visão?

Os dois oftalmologistas consultados pelo Viral referem não existir evidência científica robusta que comprove que revirar ou trocar os olhos esporadicamente possa causar danos na visão ou no globo ocular. Porém, um dos especialistas entrevistados diz ser uma “boa prática” não trocar os olhos com muita frequência.

José Cunha-Vaz, antigo professor de oftalmologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e fundador da Associação para a Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem (AIBILI), avança que “não está provado que estes movimentos causem lesões” ao nível dos olhos. 

Não há qualquer relação direta entre expressões ou posições exageradas do olhar e consequências para a visão”, sublinha o especialista.

Além disso, o oftalmologista lembra que estes movimentos “são brincadeiras de crianças que se fazem durante pouco tempo” e que “até as pessoas se cansam de as fazer”. 

No mesmo sentido, Francisco Miguel Brardo, diretor do curso de Optometria e Ciências da Visão na Universidade da Beira Interior, também refere que não existem “estudos que digam que faz bem ou que faz mal” revirar ou trocar os olhos.

No entanto, o optometrista defende que, por “uma questão de boas práticas”, não se deve fazê-lo com frequência.

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“Quando não há um propósito associado, não percebo qual o objetivo de estar a trocar os olhos. Mas não existem estudos, é uma afirmação que fica no ar”, declara o optometrista.

É importante sublinhar que, em algumas situações do dia a dia, os olhos adotam posições de convergência ou divergência, consoante a necessidade de visão. Por exemplo, numa situação de leitura é normal que os olhos adotem uma posição de convergência

“Apesar de termos a capacidade de fazer estes movimentos oculares, não estamos nesse estado de uma forma prolongada”, afirma Francisco Miguel Brardo, acrescentando que fazer estes movimentos, “esporadicamente, não terá problema.”

Os movimentos oculares de convergência e de divergência podem também ser usados como treino para os músculos extraoculares, sendo parte do conjunto de exercícios para o tratamento de situações estrábicas – em que a pessoa apresenta um desvio ocular – ou não estrábicas.

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No entanto, sublinha Francisco Miguel Brardo, “esses exercícios são programados por um profissional de oftalmologia e optometria”, que os adequa à condição médica de cada paciente.

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Oftalmologia

6 Mai 2023 - 08:00

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