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Perda de memória é o único sintoma de Alzheimer? Não, conheça outros sinais

A doença de Alzheimer é frequentemente associada à perda de memória. No entanto, desde as dificuldades na linguagem até à mudança de comportamentos, existem outros sintomas deste tipo de demência.

21 Set 2022 - 12:09

Perda de memória é o único sintoma de Alzheimer? Não, conheça outros sinais

A doença de Alzheimer é frequentemente associada à perda de memória. No entanto, desde as dificuldades na linguagem até à mudança de comportamentos, existem outros sintomas deste tipo de demência.

A perda de memória é um dos principais sintomas de Alzheimer, a “doença degenerativa do cérebro mais frequente”. Mas não é o único. Quem o explica ao Viral é o vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN), Rui Araújo.

O especialista começa por sublinhar que a doença consiste na degradação de “certas áreas do cérebro, nomeadamente – e com mais frequência – as que estão associadas à memória”. Assim sendo, “a memória tem mais destaque, porque acaba por ser o sinal mais predominante”.

Nesse sentido, o doente de Alzheimer pode ter dificuldade em “consolidar novas memórias”, lembrar-se de “recados” e reter “informações novas”.

Quais os outros sintomas além da perda de memória?

Por outro lado, quando a doença se manifesta ou alastra para outras áreas do cérebro, também a linguagem pode ser afetada. “A pessoa pode ter dificuldade em dizer nomes de alguns objetos, conseguir falar com clareza e perceber aquilo que lhe é dito”, adianta o neurologista.

Noutro plano, podem acontecer “alterações visuais”. O doente pode deixar de ter “uma perceção do espaço nítida e clara” da realidade. 

Por fim, em alguns casos, regista-se também a “alteração de comportamentos” dos doentes, percecionada por vezes como uma mudança na “personalidade”.

Porque é que a doença de Alzheimer é frequentemente detetada numa fase avançada? 

A tendência dos doentes para “desvalorizarem pequenos lapsos” é uma das razões pelas quais o Alzheimer é, muitas vezes, detetado numa fase avançada. No entanto, alerta o especialista, esses esquecimentos “podem ser já sintomas da doença”.

Ainda assim, Araújo aponta que, atualmente, este tipo de demência pode ser detetado mais precocemente do que há uns anos. Na visão do neurologista, isto acontece porque a comunidade médica está mais atenta e os próprios doentes estão mais sensibilizados para este tipo de sinais e sintomas, o que os leva a procurar ajuda mais cedo.

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Importa sublinhar que ainda não há cura para o Alzheimer, embora existam já alguns tratamentos dirigidos aos sintomas da doença. Os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que mais de 55 milhões de pessoas vivem com demência, sendo que 60% a 70% destas têm doença de Alzheimer.

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Categorias:

Neurologia

21 Set 2022 - 12:09

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