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Percevejos são perigosos para a saúde?

Os percevejos são pequenos parasitas que se instalam nos colchões e nos móveis e provocam uma comichão incómoda. Mas os percevejos são perigosos para a saúde?

12 Out 2022 - 03:46

Percevejos são perigosos para a saúde?

Os percevejos são pequenos parasitas que se instalam nos colchões e nos móveis e provocam uma comichão incómoda. Mas os percevejos são perigosos para a saúde?

Com o crescimento do turismo e da compra de móveis em segunda mão, as pragas de percevejos (bed bugs, em inglês) voltam, de tempos a tempos, a ganhar espaço tanto nos colchões quanto nas notícias, como se pode ver por este artigo da Mensagem de Lisboa. Mas, se o incómodo provocado por estes parasitas é evidente, algumas dúvidas sobre os seus impactos na saúde ainda persistem entre a população. Para esclarecer se os percevejos são perigosos para a saúde e o que fazer quando estes tomam conta da casa, o Viral entrevistou a médica e criadora de conteúdos digitais sobre evidência científica, Raquel Vareda.

Afinal, os percevejos são perigosos para a saúde?

“Os percevejos têm o potencial de ser perigosos para a saúde, se as pessoas forem alérgicas a estes parasitas”, começa por explicar Raquel Vareda. No entanto, sublinha, “na maior parte das pessoas, não têm um grande potencial de doença”.

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A médica esclarece que, ao contrário do que acontece, por exemplo, com as carraças, “os percevejos não transmitem doenças”. Logo, não são considerados, “propriamente, um problema de saúde pública”.

Ainda assim, assinala, o ato de coçar a pele, para lidar com a comichão causada pelas picadas, pode levar a que estas lesões infetem. Por isso, Vareda recomenda que se evite este gesto.

Por outro lado, as infestações de percevejos podem trazer “outros problemas associados com o foro psicológico”, sobretudo quando as pessoas já fizeram de tudo para desparasitar a casa, mas ainda não conseguiram eliminar a praga. Nesses casos, aponta, há relatos de “ansiedade e stress em ir dormir e de muitas insónias” e podem desenvolver-se “síndromes traumáticos”.

O que fazer?

Quando, em 2017, vários casos de percevejos foram detetados em Lisboa, a Direção-Geral da Saúde aconselhou as pessoas afetadas a contactarem “uma empresa profissional para uma desinfestação a sério” e a seguirem “os conselhos dessa empresa no que diz respeito aos cuidados de higiene, de limpeza e arejamento”. No mesmo sentido, cinco anos depois, Raquel Vareda concorda que a primeira coisa a fazer é “tentar erradicar os percevejos”.

Já no que diz respeito aos cuidados de saúde, é preciso, antes de mais, “evitar coçar as picadas”. Noutro plano, algumas pessoas poderão necessitar de tomar um “anti-histamínico para aliviar a comichão”.

Além disso, um artigo publicado no site do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido aconselha a “colocar algo fresco, como um pano limpo e húmido, na área afetada para ajudar a lidar com a comichão e com o inchaço” e a manter esta zona “limpa”.

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Por fim, a mesma fonte recomenda que se consulte um médico caso “as picadas de percevejos sejam muito dolorosas, inchadas ou provoquem muita comichão”, ou se “a dor e o inchaço à volta das mordidas se espalhar”. Nesse caso, pode existir “uma infeção” e ser necessário “tratamento com antibióticos”.

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12 Out 2022 - 03:46

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