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Nutrição

O peixe é bom para a memória? Sim, é verdade

11 Fev 2022 - 10:00

Nutrição

O peixe é bom para a memória? Sim, é verdade

Costuma esquecer-se das coisas muito facilmente? Se calhar não está a comer peixe suficiente. A alimentação é um tópico que contém muitos mitos e garantias sobre o impacto que um determinado ingrediente tem na saúde (seja positivo ou negativo). O consumo de peixe é um desses casos: costumam dizer que comer peixe é bom para a memória, mas será que a ciência confirma?

Sim, existe evidência que comprova uma melhoria da memória entre as pessoas que comem peixe regularmente. Os óleos de peixe – muito presentes, por exemplo, no salmão, truta ou na sardinha – têm um efeito comprovado em melhorar a performance cognitiva ao nível da memória e da aprendizagem. Isto acontece devido à presença de ácidos gordos ómega-3, que o cérebro usa para desenvolver novas células nervosas. Os ácidos gordos ómega-3 são gorduras polinsaturadas que têm uma extrema importância para o normal funcionamento do cérebro e para o seu desenvolvimento ao longo da vida. Estas gorduras têm a função de preservar a saúde das células nervosas e facilitar a comunicação entre elas.

Vários estudos têm analisado o impacto do consumo de peixe regularmente no combate à perda de memória. Um estudo publicado em 2018 analisou dados de 23.688 pessoas e identificou que os adultos mais idosos que consumiam peixe quatro ou mais vezes por semana tinham menos perda de memória em quatro a nove anos, comparado com as pessoas que normalmente não incluíam peixe nas refeições – comendo menos de uma vez por semana.

Os óleos de peixe – muito presentes, por exemplo, no salmão, truta ou na sardinha – têm um efeito comprovado em melhorar a performance cognitiva ao nível da memória e da aprendizagem. Isto acontece devido à presença de ácidos gordos ómega-3, que o cérebro usa para desenvolver novas células nervosas.

Outro estudo publicado na revista “Jama“, identificou uma relação entre o consumo regular de peixe e um menor risco de vir a apresentar sinais de Alzheimer no futuro. A questão da doença de Alzheimer – uma doença degenerativa irreversível que causa deterioração das funções cognitivas – é mais complexa: os investigadores têm vindo a analisar o impacto dos óleos de peixe no tratamento desta doença degenerativa, mas não foram ainda encontradas evidência científicas de que estes óleos melhoram a capacidade cognitiva do paciente.

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Por outro lado, estudos sugerem que os óleos de peixe podem ter impacto em melhorar a funcionalidade do cérebro em pessoas que apresentem sintomas de doenças mais suaves, como é o caso de defeitos cognitivos ligeiros (MCI, na sigla inglesa) ou declínio cognitivo associado à idade. Sugerem, por isso, que ao consumir regularmente peixe durante as várias etapas da vida, poderá haver um impacto futuro na redução dos sinais da doença, mas não a capacidade de recuperar as funções cognitivas.

Os investigadores têm também analisado o impacto do consumo de suplementos de ómega-3 para melhorar a memória. No entanto, a evidência científica não é suficiente para afirmar que tomar suplementos tem o mesmo impacto que a ingestão de peixe.

É também importante dizer que o consumo de peixe não vai aumentar a capacidade de memória de um indivíduo. Ou seja, a pessoa não passa a ter mais memória do que tinha antes só por comer peixe, potencia, no entanto, a capacidade cognitiva previamente existente. A ingestão de peixe deverá estar incluída numa alimentação equilibrada e variada. Para um melhor acompanhamento da sua alimentação ou se pretender um plano alimentar adequado deverá procurar acompanhamento num nutricionista.

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11 Fev 2022 - 10:00

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