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O ar condicionado pode fazer mal à garganta?

24 Jul 2024 - 09:16
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O ar condicionado pode fazer mal à garganta?

Quando as temperaturas sobem e abrir as janelas não chega para refrescar os espaços interiores, o ar condicionado torna-se o nosso melhor amigo. Há até quem, durante o verão, durma com o aparelho ligado durante toda a noite. Mas terá este hábito um impacto negativo na garganta?

A exposição ao ar condicionado pode fazer mal à garganta?

Sim, o ar condicionado pode ter um impacto negativo na saúde da garganta… e não só. Quem o diz é Leonel Luís, otorrinolaringologista no Hospital Lusíadas Amadora, em declarações ao Viral.

O médico começa por explicar que o ar condicionado refresca o ambiente “retirando humidade do ar”, e, por isso, “ficamos imediatamente com o ar muito seco”.

Por um lado, este ambiente com pouca humidade poderá secar a mucosa nasal e “fazer com que tenhamos mais crostas” no nariz.

Há, inclusive, “pessoas que ficam com a mucosa nasal tão seca que até começam a sangrar espontaneamente”, refere o otorrinolaringologista.

Leonel Luís sublinha que estas hemorragias são, regra geral, “autocontroladas” (que param espontaneamente sem necessidade de intervenção médica), mas podem até acontecer em pessoas “que nunca sangram”.

Por outro lado, sobretudo para quem respira pela boca, “esse ar frio e muito seco vai ter um impacto muito maior diretamente na garganta”, porque vai secar o revestimento das mucosas “da boca, da língua e da garganta” que serve para “manter estas mucosas húmidas e protegidas contra a ação de agentes externos”.

“Secando essas mucosas, tornamo-las mais frágeis à ação de outros agentes, nomeadamente vírus e bactérias”, sustenta.

Assim sendo, além da “inflamação direta por estarmos a secar as mucosas”, pode aumentar o risco de infeção, “porque esses agentes têm a vida mais facilitada para conseguirem atingir a nossa garganta”.

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O médico consultado pelo Viral adianta que os riscos associados ao uso do ar condicionado dependem de vários fatores, sendo um dos mais importantes o tempo de exposição. Ou seja, quanto mais tempo estivermos expostos a ar muito frio, mais provável é sofrermos estas consequências.

Como no verão ter o ar condicionado desligado não é, muitas vezes, uma opção, o especialista recomenda que se adotem medidas para reduzir o impacto destes aparelhos na saúde.

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Os principais cuidados passam por: evitar estar durante muito tempo em ambientes muito secos e com “temperaturas muito baixas”, “utilizar aparelhos humidificadores” para garantir um grau de humidade do ar adequado e “beber muita água”.

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Otorrinolaringologia

24 Jul 2024 - 09:16

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