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Exercício físico compensa uma dieta desequilibrada?

23 Mai 2023 - 09:24
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Exercício físico compensa uma dieta desequilibrada?

Uma alimentação variada e saudável associada à prática de atividade física é a chave para viver mais e melhor. No entanto, há quem acredite que o exercício físico compensa uma dieta desequilibrada, nomeadamente no que diz respeito à perda de peso ou à prevenção de doenças. Mas terá esta ideia fundamento? Qual a importância da alimentação num estilo de vida saudável?

Em declarações ao Viral, Lèlita Santos, Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), Diretora do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), esclarece todas as questões.

Uma alimentação desequilibrada pode ser compensada com a prática de exercício físico?

Segundo Lèlita Santos, para se ter saúde é necessário “ter hábitos de vida saudáveis” e isso implica uma associação “entre uma alimentação saudável, exercício físico adequado e um ambiente calmo e sem poluição”. Assim sendo, “apenas um destes meios isoladamente não cumpre esse objetivo”.

Além de estes eixos se complementarem, também se potenciam: “Está comprovado que uma alimentação saudável – como a alimentação mediterrânica – e o exercício físico regular melhora os processos metabólicos e previne as doenças crónicas”.

Para mais, estes hábitos de vida saudáveis “preservam as funções cognitivas” e proporcionam “a produção de hormonas e fatores anti-inflamatórios que condicionam o bem-estar geral”, acrescenta.

Quais as consequências de uma dieta pouco saudável?

Lèlita Santos explica que a alimentação saudável e equilibrada “fornece ao organismo os nutrientes e energia que este necessita” e “cumpre com o equilíbrio entre os diversos nutrientes, nomeadamente as vitaminas e os minerais”, anota.

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Segundo a presidente da SPMI, uma boa alimentação “permite a preservação do equilíbrio metabólico e da microbiota intestinal, as defesas imunológicas e ajuda a prolongar a sobrevivência com qualidade de vida, atuando ao nível da preservação da função muscular e até cognitiva”. 

Em contrapartida, uma dieta pouco saudável pode ter algumas consequências negativas na saúde. Por norma, uma “má alimentação” surge associada “a refeições sem horários certos e/ou muito abundantes, pobres em fibras, vegetais e fruta, alimentos ricos em gordura e alimentos pré-confecionados”, contextualiza.

Este tipo de hábitos alimentares, adianta Lèlita Santos, “proporciona a formação de placas de ateroma (aterosclerose) com consequente predisposição para doenças vasculares, como enfartes do miocárdio ou acidentes vasculares cerebrais e hipertensão arterial”.

Além disso, este tipo de dieta potencia “doenças metabólicas (como a diabetes e obesidade), doenças do fígado (com depósitos de gordura) e alguns tipos de cancro”.

Como resultado, promove-se “a redução da longevidade e um envelhecimento com mais doenças e mais dependência”, alerta a especialista.

E é possível emagrecer de forma saudável com uma alimentação desequilibrada? “Não diretamente”, salienta a médica. “O que leva à redução do peso, ou melhor, à redução da massa gorda corporal, é uma alimentação saudável que conduz ao equilíbrio nutricional e ao equilíbrio na composição corporal”, defende.

Qual a relevância da prática de exercício físico num estilo de vida saudável?

Na perspetiva da diretora do Serviço de Medicina Interna do CHUC, “a prática de atividade física regular e continuada deve estar incluída no estilo de vida saudável”.

Por um lado, “o exercício físico é muito importante e fulcral, porque ajuda no controlo do apetite por aumento da sensibilidade aos sinais de saciedade e no controlo consciente da alimentação”, refere. 

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Noutro plano, sustenta a especialista, “proporciona um balanço energético negativo, uma melhoria do metabolismo glucídico e redução da concentração de insulina em jejum com o seu maior aproveitamento muscular”.

A prática de exercício físico também é importante porque “permite a manutenção ou ganho de massa muscular e melhora a saúde mental”. 

Além disso, completa, “reduz os fatores de risco para muitas doenças não transmissíveis, como doenças cardiovasculares, síndrome metabólica, sarcopenia, osteoporose e depressão”.

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Em suma, tanto o exercício físico como a alimentação saudável fazem parte de um estilo de vida saudável. Além de haver a “preservação da saúde, ter um estilo de vida saudável contribui para o bem estar psicológico e social”.

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23 Mai 2023 - 09:24

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