Ginecologia
A pílula não causa habituação e não é necessário fazer pausas
Os métodos contracetivos existentes no mercado são muitos, mas as dúvidas e os mitos que rodeiam este assunto também. O Viral dedica toda a semana ao tema para saber quais as respostas da ciência às principais questões das mulheres.
Uma das dúvidas mais frequentes tem a ver com a interrupção da toma regular dos métodos contracetivos hormonais orais – mais conhecidos como pílulas. Quem opta estes formatos, por certo já ouvi alguém aconselhar a “fazer uma pausa de vez em quando”. Mas será que a ciência confirma?
Teresa Bombas, especialista em ginecologia-obstetrícia da Associação Portuguesa de Contraceção, afirma que “essa informação está completamente ultrapassada” e explica ao Viral que “o contracetivo hormonal deve ser suspenso se a mulher o desejar, se pretender engravidar ou se surgir alguma complicação ou efeito adverso”. Caso a mulher identifique efeitos adversos, deve consultar o seu médico.
“Todos os métodos de contraceção hormonais que temos no mercado são reversíveis, ou seja, se suspensos a fertilidade é retomada”, prossegue. A especialista nega que estes métodos causem habituação no organismo e que a sua toma por um período prolongado resulte na perda de efeito. “Não existe nenhuma verdade em afirmações como ‘engravidei porque tomava a pílula há tanto tempo que deixou de fazer efeito’. Temos de ter noção que, apesar dos métodos que temos no mercado serem muito eficazes, não existem métodos 100% eficazes”, sublinha Teresa Bombas.
Também Margarida Figueiredo Dias, professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e diretora da Clínica Universitária de Ginecologia, afirma que “a pílula ou outras formas de contraceção hormonal não causa nenhum tipo de habituação e também não causam modificações persistentes no corpo e nas hormonas femininas”. Afirma ainda que os efeitos secundários deste método contracetivos “são praticamente inexistentes e não está indicado o tal ‘descanso’”.
“Os ‘descansos da pílula, tal como antigamente era preconizado, não fazem qualquer sentido e só poderão contribuir para a mulher engravidar sem querer durante o dito descanso, o que pode ter um efeito negativo no caso de rejeição da gravidez ou, em algumas situações, a decisão de interrupção da mesma”, explica ao Viral a especialista.
Vários tipos de métodos contracetivos têm hormonas na sua base: orais, vaginais, transdérmicos, intrauterinos, entre outros. Todos partilham o objetivo principal de evitar a gravidez, mas cada um tem o seu próprio modo de atuação. Para perceber qual o método contracetivo que melhor se adequa a si, deverá procurar aconselhamento junto de um profissional de saúde especializado.
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