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Cardiologia

Não é verdade que as doenças cardíacas atinjam mais os homens do que as mulheres

As doenças cardíacas são a principal causa de morte no mundo. Há quem afirme que estas doenças atinjam mais os homens do que as mulheres? Será que se confirma através da ciência?

3 Dez 2021 - 04:11

Cardiologia

Não é verdade que as doenças cardíacas atinjam mais os homens do que as mulheres

As doenças cardíacas são a principal causa de morte no mundo. Há quem afirme que estas doenças atinjam mais os homens do que as mulheres? Será que se confirma através da ciência?

Em Portugal morreram, em 2019, 33.421 pessoas com doenças do aparelho circulatório. Também a nível mundial, as doenças cardíacas são a principal causa de morte. Mas, como em todas as doenças, há dúvidas e mitos a circular: existe quem afirme que as doenças cardíacas são um problema que afeta mais os homens do que as mulheres. Confirma-se?

Não. Não só as doenças cardíacas podem atingir ambos os géneros, como são a principal causa de morte tanto para homens como para mulheres. Um estudo publicado na Elsevier, intitulado “Diferença de género nas doenças cardiovasculares”, afirma que, “apesar da incidência de doenças cardiovasculares nas mulheres é normalmente mais baixa que nos homens, as mulheres têm uma mais elevada mortalidade e um pior prognóstico depois de eventos cardiovasculares agudos”.

Também a Medical News Today, um site norte-americano dedicado à saúde, afirma que “é um equívoco comum pensar que os homens são mais afetados pelas doenças cardíacas”. “É verdade que os homens tendem a desenvolver doença cardiovascular numa idade mais precoce que as mulheres e têm grande risco de ter doença coronária. No entanto, as mulheres têm um maior risco de enfarte”, prossegue.

Aliás, segundo a faculdade de medicina de Harvard, “desde 1984, morrem mais mulheres do que homens a cada ano de doença cardíaca”. Num gráfico, é possível ver que entre os 20 e os 59 anos há uma maior percentagem de casos entre os homens, mas que a partir dos 60 anos, a barra das mulheres é maior.

Também a Medical News Today, um site norte-americano dedicado à saúde, afirma que “é um equívoco comum pensar que os homens são mais afetados pelas doenças cardíacas”. “É verdade que os homens tendem a desenvolver doença cardiovascular numa idade mais precoce que as mulheres e têm grande risco de ter doença coronária. No entanto, as mulheres têm um maior risco de enfarte”, prossegue.

E há justificação para isso: apesar de partilharem os mesmos fatores de risco gerais, – obesidade, tabaco, diabetes, pressão arterial alta, histórico familiar, síndrome metabólico e níveis elevados da proteína C-reativa – as mulheres têm um conjunto de fatores de risco extra que estão relacionados com o período da menopausa.

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Entre esses fatores estão a elevação de níveis de testosterona na pré-menopausa, o aumento da hipertensão durante a menopausa, situações de stress e depressão (que são mais comuns entre as mulheres) e as doenças autoimunes, como a artrite reumatoide.

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Portanto, a afirmação que a doença cardíaca atinge mais homens do que mulheres é falsa. A doença cardiovascular atinge ambos os géneros. No entanto, existem algumas diferenças confirmadas pela ciência: apesar de os homens desenvolverem formas da doença numa idade mais precoce, as mulheres desenvolvem, normalmente, doença mais grave.

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Doenças cardíacas

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3 Dez 2021 - 04:11

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