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Daltonismo só afeta os homens?

4 Jun 2023 - 09:57
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Daltonismo só afeta os homens?

“Não há mulheres daltónicas”. Esta é a frase que resume a ideia de que só os homens podem ser daltónicos, uma crença que tem passado de geração em geração. Mas é verdade que o daltonismo só afeta o sexo masculino? E o que define, em concreto, esta condição?

O que é o daltonismo e que tipos existem?

O daltonismo “é uma condição visual” em que “a pessoa afetada tem dificuldade em distinguir certas cores, especialmente verde e vermelho”, informa-se no site da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.

Isto acontece “porque as células sensíveis à cor (cones) na retina do olho não respondem” de forma adequada a determinadas cores.

“Embora o daltonismo possa dificultar a distinção de certas cores”, geralmente “não causa problemas visuais graves e a maioria das pessoas com essa condição pode levar uma vida normal”.

Num texto do Instituto Nacional da Visão dos EUA distingue-se os vários tipos de daltonismo. 

O daltonismo “vermelho-verde” é o tipo mais comum. Dentro deste existem a “deuteranomalia” e a “protanomalia”.

A primeira “é o tipo mais comum de daltonismo vermelho-verde” e “faz com que o verde pareça mais vermelho”, salienta-se. Por outro lado, a protanomalia “faz com que o vermelho pareça mais verde e menos brilhante”.

Ambas as condições são consideradas ligeiras e não costumam “interferir com as atividades normais”. 

Noutro plano, existe o “daltonismo azul-amarelo” (menos frequente), que também se divide em dois: a “tritanomalia” – é “difícil distinguir entre o azul e o verde e entre o amarelo e o vermelho” – e a “tritanopia” – “não se consegue distinguir entre o azul e o verde, o roxo e o vermelho, e o amarelo e o cor-de-rosa” e tira brilho às cores.

Existe ainda o “daltonismo total”, também conhecido como “monocromacia”. Esta é uma condição “bastante invulgar” em que a pessoa “não consegue ver cores”. 

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Além disso, “dependendo do tipo” de daltonismo, a pessoa “também pode ter dificuldade em ver de forma clara e pode ser mais sensível à luz”, destaca-se no mesmo texto.

É verdade que as mulheres não podem ser daltónicas?

É falso que o daltonismo (também conhecido como discromatopsia) só afete os homens. Como se explica nestes textos informativos da Academia Americana de Oftalmologia (AAO) e da Associação Americana de Optometria (AOA), o daltonismo é mais comum nos homens, mas as mulheres também podem ser daltónicas.

“Cerca de 8% dos homens brancos nascem com algum grau de daltonismo. As mulheres são, normalmente, apenas portadoras do gene do daltonismo, embora cerca de 0,5% das mulheres tenham daltonismo”, lê-se no texto da AOA.

Tendo em conta que a maior parte dos casos de daltonismo se deve a uma “deficiência genética ligada ao cromossoma X”, o daltonismo vermelho-verde é mais comum nos homens, tal como se explica neste texto do Instituto Nacional da Visão dos EUA.

Isto acontece porque “os homens têm apenas um cromossoma X, proveniente da mãe”. Logo, “se esse cromossoma X tiver o gene para o daltonismo vermelho-verde (em vez de um cromossoma X normal), eles terão daltonismo vermelho-verde”, aponta o Instituto Nacional da Visão dos EUA.

Por outro lado, avança o mesmo instituto, “as mulheres têm dois cromossomas X, um da mãe e outro do pai”. Assim sendo, para terem “daltonismo vermelho-verde, ambos os cromossomas X teriam de ter o gene para o daltonismo vermelho-verde”.

Noutro plano, “o daltonismo azul-amarelo e o daltonismo total são transmitidos por outros cromossomas”, pelo que, segundo a mesma fonte, “afetam igualmente homens e mulheres”.

Que outros fatores causam o desenvolvimento de daltonismo?

O daltonismo também pode surgir por outras causas, “se houver uma doença ou lesão que afete os olhos ou o cérebro”, refere a mesma fonte.

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Como aponta a AOA, algumas doenças podem causar défices de cor, nomeadamente diabetes”, “glaucoma”, “degeneração macular”, “doença de Alzheimer”, “doença de Parkinson”, “esclerose múltipla”, “alcoolismo crónico”, “leucemia” e “anemia falciforme”.

Além disso, a visão cromática pode ser afetada por “medicamentos utilizados para tratar problemas cardíacos, tensão arterial elevada, infeções, perturbações nervosas e problemas psicológicos”, acrescenta-se.

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O envelhecimento também é considerado um fator de risco, já que “a capacidade de ver cores pode diminuir gradualmente com a idade”.

Por último, menciona a AOA, “a exposição a produtos químicos”, como “fertilizantes e estireno” também pode provocar daltonismo.

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4 Jun 2023 - 09:57

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