PUB

Fact-Checks

Nutrição

Comer “snacks” de legumes não é o mesmo que ingerir vegetais à refeição 

18 Abr 2022 - 09:00

Nutrição

Comer “snacks” de legumes não é o mesmo que ingerir vegetais à refeição 

A oferta é variada: cenoura, beterraba, brócolos ou até um mix de vários legumes. São apresentados como snacks e surgem, muitas vezes, como uma opção mais saudável para substituir as batatas fritas. Mas será que estes aperitivos têm o mesmo valor que os legumes ingeridos à refeição?

Não é a mesma coisa. José Camolas, vice-presidente da Ordem dos Nutricionistas e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e no Instituto Egas Moniz, destaca que, em termos absolutos, estes snacks podem significar um “aumento da quantidade de vegetais ingeridos”. No entanto, isso não significa que tenham as mesmas qualidades nutricionais que um legume ingerido cru, cozido ou assado no forno. A principal diferença está no processamento.

“Uma coisa que sabemos sobre os vegetais ou os frutos é que sempre que os cozinhamos, eles perdem potencialmente algumas propriedades, nomeadamente algumas vitaminas sensíveis ao calor. No caso específico destes snacks é preciso não esquecer que muitos deles são condimentados – por exemplo, com sal – e que, ao serem fritos, estão a ser enriquecidos em gordura”, explica o nutricionista. “O impacto mais ou menos negativo vai depender da quantidade de sal, do tipo de gordura que é utilizada e de outros aditivos que possam ser potencialmente utilizados”, explica José Camolas ao Viral.

“Uma coisa que sabemos sobre os vegetais ou os frutos é que sempre que os cozinhamos, eles perdem potencialmente algumas propriedades, nomeadamente algumas vitaminas sensíveis ao calor. No caso específico destes snacks é preciso não esquecer que muitos deles são condimentados – por exemplo, com sal – e que, ao serem fritos, estão a ser enriquecidos em gordura”, explica o nutricionista.

O nutricionista destaca que este tipo de snacks, que são consumidos fora das refeições, “fornecem mais calorias do que os legumes que se comem crus ou com uma preparação mínima”. Sublinha ainda que, por não serem contabilizados no âmbito da refeição formal, este valor energético irá “entrar como um extra” na alimentação, contribuindo “para o balanço positivo de energia numa população que – já sabemos – tem excesso de peso”.

PUB

Apesar de José Camolas admitir que “todas as estratégias que aumentem o consumo de legumes e hortícolas podem ser uma mais-valia”, lembra que existe também “a outra face da moeda que não pode ser desconsiderada”, ou seja, “o conteúdo em gordura, sal e outros aditivos que funcionam como conservantes e saborizantes” e que podem fazer parte do método de processamento destes alimentos. Para saber que componentes foram utilizados no processamento deste e outros alimentos deverá consultar a tabela nutricional, exibida na embalagem.

PUB

“Até do ponto de vista da sustentabilidade ambiental, é muito menos interessante comer snacks de legumes que são fritos, do que comer os legumes em natureza – numa salada, por exemplo – ou com técnicas culinárias mais tradicionais como cozer, cozer ao vapor, estufar ou assar no forno”, remata.

Categorias:

Alimentação | Nutrição

18 Abr 2022 - 09:00

Partilhar:

PUB