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Mitos

Colares de âmbar não aliviam dores e são perigosos para os bebés

23 Mar 2022 - 11:00

Mitos

Colares de âmbar não aliviam dores e são perigosos para os bebés

Quem pesquisar a expressão “colar de âmbar” em qualquer motor de pesquisa deparar-se-á com uma série de artigos sobre os alegados efeitos positivos deste acessório para a saúde dos bebés. O alívio das cólicas ou do desconforto causado pelo nascimento dos dentes e a melhoria do sistema imunitário são alguns dos benefícios apontados em diversas páginas de vendas destes objetos e em blogues sobre parentalidade.

Segundo estes sites, o âmbar reduz a acidez do corpo humano de forma natural, dado que, alegadamente, quando entra em contacto com a pele do bebé, aquece e liberta ácido succínico, agindo como anti-inflamatório e analgésico.

No entanto, a ciência não confirma a suposta eficácia deste método natural. Contactado pelo Viral, o professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e especialista em Medicina Geral e Familiar, Paulo Santos, garante que “não há qualquer sustentação científica” para esta crença. Por isso, tendo em conta que “não há nenhuma prova experimental de que isso seja verdade”, não se pode “dizer que estes colares têm uma eficácia de não sei quantos por cento a produzir um determinado efeito”.

Segundo o especialista em Medicina Geral e Familiar, a confiança neste método natural vem do facto de ser um hábito “dos antigos”. No entanto, sublinha, “os antigos faziam muitas coisas que não tinham ciência nenhuma por trás”.

Paulo Santos alerta ainda que, além de não terem eficácia científica comprovada, estes colares podem ser perigosos para as crianças, visto ser feito de “contas pequenas que são facilmente deglutidas pela criança e que o bebé pode engolir”, engasgando-se ou obstruindo a respiração. O professor da FMUP lembra também que “o próprio fio pode funcionar como garrote e provocar um acidente por asfixia”.

Assim sendo, conclui, “não devemos a bem de um efeito que não está demonstrado pôr em risco a saúde da criança”.

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Pediatria

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Bebé | Pediatria | Puericultura

23 Mar 2022 - 11:00

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