Ver uma pessoa a caminhar enquanto está a dormir pode ser uma situação assustadora. Mais ainda se não souber o que fazer para a proteger. Há quem diga que não se deve acordar a pessoa porque há o risco de lhe provocar um ataque cardíaco ou danos cerebrais.

Será que é mesmo assim?

Não, não é verdade. Acordar uma pessoa que está num episódio de sonambulismo não provoca ataques cardíacos ao indivíduo nem danos ao nível cerebral. Pode, no entanto, causar pânico, stresse e alguma confusão à pessoa que não tem qualquer memória do que fez ou de como chegou àquele local.

O mito poderá ter tido origem no século XII ou XIII, quando se acreditava que a alma deixava o corpo humano durante um processo de sonambulismo. O facto de não terem a sua alma associada ao corpo justificaria os comportamentos “estranhos” protagonizados pelos sonâmbulos. No século XIV, o Papa Clemente V chegou a aprovar uma norma que absolvia a responsabilidade moral dos sonâmbulos, como explica a plataforma Brain Facts.

O mito poderá ter tido origem no século XII ou XIII, quando se acreditava que a alma deixava o corpo humano durante um processo de sonambulismo.

Acordar um sonâmbulo não é uma tarefa fácil, uma vez que este fenómeno acontece quando se está em sono profundo. Apesar de o sonambulismo não constituir perigo em si, estas situações podem estar na origem de ferimentos e outros acidentes, uma vez que a pessoa que está a dormir realiza uma série de ações sem ter consciência do que a rodeia – poderá tropeçar, cair ou embater em objetos. Em casos mais severos, foram relatadas situações em que pessoas conduziram veículos ou subiram andaimes sem acordar.

Apesar de não ser perigoso, não é aconselhável acordar um sonâmbulo, uma vez que essa ação poderá desencadear uma situação de pânico ou stresse grave, levando até a pessoa a reagir de forma violenta perante quem o acordou.

O que os especialistas aconselham fazer nestas situações é conduzir a pessoa de volta para a cama, com voz calma, e evitando que esta se magoe pelo caminho. Caso a única forma de prevenir danos físicos ao indivíduo seja mesmo acordá-lo, a melhor forma de o fazer é falando alto ou chamando pelo seu nome. Deverá evitar qualquer gesto que o assuste – tal como agarrá-lo ou abaná-lo – e é também aconselhável que esteja longe do seu alcance, para evitar qualquer situação de agressividade.

Apesar de não ser perigoso, não é aconselhável acordar um sonâmbulo, uma vez que essa ação poderá desencadear uma situação de pânico ou stresse grave, levando até a pessoa a reagir de forma violenta perante quem o acordou.

Os ataques de sonambulismo são mais frequentes em crianças, muitas vezes acabando por desaparecer durante a adolescência. Um artigo científico que explica o que é esta condição avança que 17% das crianças são afetadas por sonambulismo – uma situação que tem também um caráter hereditário, aumentando a probabilidade de ter episódios de sonambulismo quando há elementos na família que também tiveram. Nos adultos, a percentagem desce para entre 2 e 4% – sendo normalmente jovens adultos que sofreram de sonambulismo em crianças.