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Temperatura

A cabeça perde mais calor do que o resto do corpo? Não, mas é boa prática cobri-la quando está frio

28 Jun 2022 - 09:00

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A cabeça perde mais calor do que o resto do corpo? Não, mas é boa prática cobri-la quando está frio

Usar gorros no inverno não é só uma questão de moda. A sabedoria popular garante que se perde mais calor pela cabeça e, por isso, é preciso protegê-la. O Viral foi verificar se a ciência suporta este conselho.

Alberto Mota, professor de dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e investigador do CINTESIS, explica ao Viral que “a perda de calor através da pele é basicamente proporcional à superfície que está exposta ao ambiente, independente da localização”, acrescentado que a zona do rosto perde adicionalmente “algum calor pela respiração”.

“Quando exposto ao frio, o corpo defende-se desviando o sangue da pele para os órgãos internos, de forma mais acentuada nas partes que estão habitualmente expostas – como a cabeça e as mãos – aumentando a sensação de frio. Essa sensação é maior no rosto por ser uma área bem irrigada pelo sangue e por aqui se concentrarem os recetores térmicos ativados pelo frio”, prossegue o investigador.

“Quando exposto ao frio, o corpo defende-se desviando o sangue da pele para os órgãos internos, de forma mais acentuada nas partes que estão habitualmente expostas – como a cabeça e as mãos – aumentando a sensação de frio”.

É importante frisar que na maior parte do corpo a pele não está em contacto direto com o frio, uma vez que está coberta com peças de roupa. Caso não houvesse qualquer peça de roupa, a perda de temperatura na zona da cabeça não seria “muito significativa”, quando comparada com o resto do corpo, afirma Alia Ramazanova, médica de clínica geral e especialista em tricologia (área que trata de problemas no cabelo e couro cabeludo) na clínica Personal Derma.

“Habitualmente o próprio cabelo serve também de protetor térmico do couro cabeludo. Quando os homens são calvos acabam por ser muito mais sensíveis ao frio e, tendencialmente, utilizam mais chapéus tanto no inverno, para proteger do frio, como no verão, para proteger do calor”.

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A especialista sublinha, porém, que existe uma grande vascularização no couro cabeludo e uma reduzida quantidade de tecido gordo, o que confere uma menor proteção da zona da cabeça contra o frio e aumenta a sensibilidade perante temperaturas mais baixas. Por outro lado, o cabelo pode atuar como “protetor térmico”. “Habitualmente o próprio cabelo serve também de protetor térmico do couro cabeludo. Quando os homens são calvos acabam por ser muito mais sensíveis ao frio e, tendencialmente, utilizam mais chapéus tanto no inverno, para proteger do frio, como no verão, para proteger do calor”, explica a médica.

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Quando as temperaturas são mais baixas, ambos os médicos aconselham a que se utilize roupa adicional para proteger as extremidades: “Cobrir a cabeça e as mãos é útil para manter a temperatura em caso de exposição ao frio, à semelhança de qualquer outra área do corpo”, conclui Alberto Mota.

 

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28 Jun 2022 - 09:00

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