Susana Sousa: “Fala-se muito do sono dos homens e pouco do sono das mulheres”
A frase “qualquer semelhança com a realidade aqui não é mesmo pura coincidência” resume bem as histórias contadas no livro “O Sono Delas”.
Mas para falar desta obra de ficção inspirada em casos reais, também é preciso contar uma história.
Susana Sousa, pneumologista especialista em medicina do sono, Cátia Jorge, jornalista especializada na área de saúde, e Patrícia Farinha e Andreia Carriço, profissionais envolvidas no tratamento domiciliário de doentes respiratórios, criaram, em conjunto, o projeto “Um Sono de Mulher”, com o objetivo de abordar a problemática das patologias do sono do feminino.
Em conversa, perceberam que, no meio de tanta informação disponibilizada nas mais variadas plataformas, deviam tentar chegar ao público, feminino e não só, de uma forma diferente, mais apelativa e que gerasse mais conexão.
Para o conseguir, propuseram que cinco escritoras – Filipa Fonseca Silva, Helena Magalhães, Íris Bravo, Maria Isaac e Susana Amaro Velho – dessem uma vida ficcionada a cinco casos clínicos de mulheres que Susana Sousa segue em consulta.
Em entrevista ao Viral, a especialista explica porque escolheu aqueles casos em particular para inspirarem estas histórias, sublinha a importância de falar de questões de saúde na mulher que, ainda hoje, continuam a ser um estigma e um tabu na sociedade – como o ressonar, os tratamentos para as patologias do sono ou até a menopausa – e deixa alertas sobre a higiene do sono na mulher: elas dormem menos, dormem pior e procuram menos a ajuda médica.
Começando, precisamente, pela primeira frase que escreveu no preâmbulo do livro. Nela diz que “o sono delas é diferente do deles”. Em que consistem essas diferenças?
Em primeiro lugar, do ponto de vista científico, muito do que hoje sabemos em relação às doenças do sono é baseado em evidência científica retirada de estudos que incluíram maioritariamente homens.
As mulheres foram, muitas vezes, postas de parte [nos estudos científicos] e o que sabemos, por exemplo, em relação aos sintomas e ao diagnóstico da apneia do sono e de outras doenças do sono, é muito com base nessa evidência.
O segundo ponto, é que as mulheres têm uma evolução biológica ao longo da vida que as torna diferentes enquanto indivíduos. Não só as mulheres são diferentes em relação aos homens porque têm uma fisiologia, do ponto de vista bioquímico e hormonal diferente, como as mulheres ao longo da vida – desde a puberdade, à gravidez e à menopausa – sofrem essa influência biológica que também se reflete no sono.
Isso faz com que, realmente, o sono delas seja diferente e que algumas doenças do sono tenham um aumento da prevalência em determinadas fases da vida da mulher.
E porque devemos falar dessas diferenças?
Porque, de facto, fala-se muito do sono dos homens e muito pouco do sono das mulheres.
As mulheres recorrem muito menos a consultas, pedem menos vezes ajuda e marcam mais vezes consultas para eles [para avaliar os problemas do sono] devido a preocupação excessiva com o marido. Ou não fossemos nós cuidadoras.
A experiência diz-nos que as mulheres se adaptam a uma série de sintomas que se vão instalando, e que são um sinal de uma doença de sono, e não procuram ajuda.
Esta falta de investigação que englobe mulheres no campo do sono faz com que não se conheça a fundo esta problemática na população feminina. Esse desconhecimento apresenta dificuldades para o médico, quer no diagnóstico, quer no tratamento das mulheres na prática clínica?
Isso é verdade, mas também é verdade que, de uma forma geral, fala-se muito pouco de medicina do sono nas faculdades de medicina do nosso país. Só as pessoas que se interessam por esta área no ensino pós-graduado [após a licenciatura] acabam por ter alguma diferenciação.
Há um grande caminho a fazer em relação à medicina do sono. Por exemplo, existem duas patologias muito prevalentes na patologia do sono. Uma delas é a insónia, que acaba por ter uma expressão mais ou menos parecida nos homens e nas mulheres. Ainda assim, parece ser mais frequente nas mulheres, porque a ansiedade e depressão, intimamente ligadas à insónia, também são mais frequentes nas mulheres comparativamente com os homens.
A outra doença do sono muito prevalente é a apneia do sono, que é a doença respiratória do sono mais frequente na prática clínica tanto em medicina geral e familiar, como em meio hospitalar, e tem uma expressão diferente no homem e na mulher.
No homem, frequentemente, os sinais passam mais por roncar, por ter pausas respiratórias durante a noite, por acordar cansado de manhã e ter uma sonolência exagerada durante o dia que o faz adormecer nas mais variadas situações.
Na mulher, muitas vezes, os sintomas são mais vagos: queixa-se de fadiga e de cansaço, não tem facilidade em adormecer em determinadas situações – como a ver televisão ou a conduzir – mas queixa-se mais de dores de cabeça de manhã, de dificuldades de memória e de atenção.
A forma como a doença se manifesta é diferente e a capacidade de termos uma suspeição relativamente à doença na mulher é muito mais baixa do que num homem.
Em suma, se, por um lado, as mulheres não procuram tão facilmente ajuda, por outro lado, a doença não é tão facilmente identificada, porque não se conhece tão bem as características clínicas destas doenças na mulher. E se não temos um diagnóstico, não conseguimos tratar e temos as consequências de uma doença não tratada.
Estas diferenças na forma como as doenças do sono se expressam na mulher e no homem estão relacionadas com o funcionamento cerebral e com os ciclos circadianos distintos entre os dois géneros?
Não são tanto essas diferenças, são, sobretudo, as diferenças biológicas e hormonais que fazem com que a expressão das doenças do sono na mulher seja diferente.
Por exemplo, o ciclo menstrual interfere com uma coisa fundamental para o sono que é a temperatura. Na altura da ovulação, há um aumento da temperatura e esse aumento pode interferir com a facilidade que temos em adormecer, pois precisamos de ter a temperatura a descer quando vamos dormir para facilitar o sono.
Tudo o que esteja relacionado com a temperatura – desde o ciclo menstrual até, mais tarde, aos calores noturnos e afrontamentos associados à menopausa – pode influenciar a forma como conseguimos adormecer e é causa de insónia, tanto insónia ao iniciar o sono, como insónia em manter o sono ao longo da noite.
As alterações hormonais relacionadas à progesterona e ao estrogénio também têm influência ao longo da vida da mulher e estão na base destas influências hormonais que aumentam a probabilidade de não conseguirmos dormir tão bem, que aumentam o número de despertares durante a noite e a probabilidade de fragmentarmos o sono durante a noite, o que o torna menos reparador do que devia ser.
Estas questões associadas à perimenopausa e à menopausa sempre foram um pouco desconsideradas pela sociedade e isso também se reflete na forma como as mulheres dormem? Por exemplo, há uns anos, quando uma mulher se queixava dos afrontamentos, muitas vezes o que ouvia era, “minha senhora, compre um leque”…
O problema não se põe só na altura em que as nossas mães entravam na menopausa. O problema é que essa frase continua a ser dita nos dias de hoje, mesmo com o conhecimento que já existe atualmente.
Recentemente, numa reunião em que estive presente sobre o tema menopausa, uma mulher disse uma coisa muito interessante: “Toda a gente me traiu, ninguém me explicou que isto ia ser assim”.
As mulheres ainda ouvem muitas vezes que têm de aguentar, que faz parte do processo biológico da mulher. E isso não é bem assim. Existem abordagens e tratamentos que é possível adotar na menopausa, porque as perturbações do sono andam, de facto, muito a par com a menopausa.
E não é só por causa dos calores e dos afrontamentos durante a noite. Também existe, por esta altura, uma diminuição na secreção da melatonina – e nós precisamos que esta hormona esteja alta no final da noite para adormecermos – que vai afetar os padrões de sono.
Independentemente da parte hormonal, a menopausa também é caracterizada por algumas alterações do ponto de vista social que levam ao aumento de peso, que conduzem ao aparecimento de doenças que se relacionam com o excesso de peso e obesidade, como é o caso da apneia do sono.
A apneia do sono é classicamente uma doença mais frequente no homem, mas, depois da menopausa, as mulheres ficam em igualdade de circunstâncias comparativamente aos homens.
Depois da menopausa, as mulheres têm aumento da insónia, aumento da ansiedade, aumento da depressão, aumento da prevalência da apneia do sono e isto não pode ser resolvido com “compre um leque”, não pode ser resolvido com “isto faz parte do processo”. Não, não faz.
Um dos casos clínicos do livro é precisamente o de uma mulher que está na menopausa porque é importante falar sobre isto. De facto, quando procuramos, não existe muita informação e não há muita preparação para a menopausa.
Todas somos mais ou menos preparadas para a menarca [a primeira menstruação], mas fala-se muito pouco sobre esta fase da vida que tem muito impacto sobre a saúde global. É quase um estigma, porque ninguém fala abertamente sobre os sintomas da menopausa, que podem anteceder em 10 anos o aparecimento da menopausa.
Que casos clínicos inspiraram, então, estas histórias e porque os escolheu?
Brincámos muito no princípio com a frase “qualquer semelhança com a realidade aqui não é mesmo pura coincidência”.
Foram casos clínicos escolhidos a dedo e depois cada uma das autoras escolheu qual queria romantizar e dar uma vida e uma família àquelas mulheres, das quais só conheciam os traços gerais.
No fundo, o objetivo era capacitar as pessoas sobre as doenças do sono na mulher e aumentar a probabilidade de, ao identificarem-se com aqueles casos, procurarem ajuda quando os sintomas se prolongam no tempo e terem um diagnóstico.
Nesse sentido, quisemos falar dos casos mais frequentes, nomeadamente sobre a insónia, sobre os sintomas associados à menopausa, sobre a roncopatia e o estigma que é o ressonar, porque, de facto, há sempre uma tendência para pensar que o ressonar é normal, tanto na criança, como no homem.
Essa é uma mensagem importante a passar: o ressonar não é normal nem no homem, nem na mulher, nem na criança. Pode ser só uma obstrução nasal, pode ser uma rinite ou pode ser a manifestação inicial de alguma doença do sono e é preciso procurar ajuda e investigar.
Essa personagem em específico quase sofria de bullying desde a adolescência, porque sempre ressonou muito e foi a eventualidade de uma viagem de longa distância com as amigas que a levou a procurar ajuda e a fazer o estudo de sono que levou ao diagnóstico de apneia do sono.
Outra das coisas que queríamos falar na apneia do sono, mais do que o estigma do diagnóstico, era o estigma em relação ao tratamento.
As mulheres com apneia de sono moderada a grave podem ter indicação para dormir com um aparelho para evitar as paragens na respiração [durante o sono] e esse equipamento ligado a uma máscara pode constituir um estigma. É uma condição difícil de aceitar pela população em geral, mas especialmente pelas mulheres.
Foram dois casos clínicos que inspiraram estes contos: uma mulher mais velha cujo o marido se interrogava sobre se a mulher estaria num estadio terminal, uma vez que tinha de dormir ligada a uma máquina e que chorou durante a adaptação. Foi mesmo o que aconteceu no caso real.
O outro caso aborda o estigma associado a estes aparelhos na fase inicial de uma relação, porque, quando estamos no início de uma relação amorosa em que a mulher diz “vou ter de colocar esta máscara para conseguir dormir bem, não ter paragens na respiração durante o dono e para não ressonar”, isto assume uma importância diferente e é difícil de lidar.
Outro dos casos é um conto que se passa ao longo de uma noite de insónia. Qualquer pessoa já teve uma insónia na vida, o problema é quando esta se torna crónica. E este conto fala de uma mulher que sofre com a síndrome da cuidadora e com problemas sociais e familiares importantes.
Outro dos casos clínicos reflete o mau sono das mulheres imposto pelo mau sono dos homens. A mulher desta história sofre com a roncopatia do marido, que não tem uma grande perceção do problema, já que o mais comum nestes casos é o homem dizer a frase “ressonar é normal” e não procurar ajuda.
É difícil uma mulher ler estes contos e não se sentir identificada com algum em particular. Com este livro queremos aumentar a sensibilização em relação às doenças do sono e diminuir o estigma em relação às doenças e aos eventuais tratamentos propostos para as tratar.
O sono tem sido uma questão pouco valorizada, mesmo na área da saúde? Quando vamos ao médico saímos de lá com uma lista de cuidados a ter: diminuir o consumo de sal, ter cuidado com as gorduras, fazer atividade física, largar o tabaco. Contudo, nessa lista de conselhos, não costuma aparecer o cuidar do sono, o dormir as horas necessárias para recuperar…
É verdade, enquanto sociedade continuamos a tratar muito mal o sono. É um caminho que tem estado a ser feito e até a Organização Mundial de Saúde já inclui o sono como um dos pilares fundamentais [da saúde].
E, quando falamos das estratégias para uma vida saudável, até a American Heart Association já integra o sono como um pilar importante, a par de outros como o exercício físico e a alimentação.
A Direção-geral da Saúde tem recomendado nas redes sociais a prescrição de exercício físico e também já recomenda o sono. É um caminho que tem estado, paulatinamente, a ser feito, e, felizmente, cada vez mais, se fala do sono.
Além das mais conhecidas – a apneia do sono e a insónia –, que outras doenças do sono existem e quais são as mais prevalentes?
Há uma de que ainda não falámos que está relacionada com todos os tópicos abordados e até é a mais prevalente de todas: a síndrome do sono insuficiente. Já é tão importante o número de horas que as pessoas não dormem, é tão importante esta privação do sono, que a classificação internacional das doenças de sono já a considera, por si só, uma doença, com impacto do ponto de vista cardiovascular, no aumento da obesidade, no aumento das doenças cerebrovasculares, tal e qual como a apneia do sono.
Depois, temos outras doenças que se relacionam com o sono, nomeadamente a narcolepsia [sonolência muito exagerada e súbita], a síndrome das pernas inquietas, os movimentos periódicos do sono e as alterações do comportamento em relação ao sono.
Apesar de serem menos frequentes, as pessoas percebem mais facilmente que precisam procurar ajuda se se levantam durante a noite.
E, em termos de consequências, já falou em algumas, mas em que é que a privação do sono se pode refletir em termos de saúde?
Basta pensar nas funções do sono e, se não tivermos um bom sono, este não consegue executar essas funções importantes. Nomeadamente no que diz respeito à nossa capacidade de atenção, de aprendizagem e de memória.
Pensa-se também que é durante o sono que se faz uma limpeza das substâncias tóxicas que se vão depositando no nosso cérebro, e que a ausência dessa função de limpeza leva a alterações da memória que, em última análise, podem estar relacionadas com algumas doenças neurológicas degenerativas, como a doença de Alzheimer.
O sono é também muito importante para o nosso equilíbrio emocional e, nesse sentido, a ausência de um bom sono pode levar a um aumento da ansiedade, da depressão, ao aumento da irritabilidade e está associado a alterações do humor de uma forma geral.
Estas doenças do sono, nomeadamente a privação do sono e a apneia, estão muito ligadas ao aumento da prevalência das doenças cardiovasculares, das arritmias e dos enfartes, de acidentes vasculares cerebrais, de insuficiência cardíaca e da hipertensão arterial não controlada.
Um mau sono também está associado a uma maior dificuldade em manter o nosso sistema imunitário a funcionar. Quem não dorme bem tem uma maior prevalência de infeções, respiratórias ou outras, e nessas pessoas as vacinas também não são tão eficazes.
Já falamos do aumento da prevalência da obesidade, já que o sono também tem implicações ao nível das hormonas da saciedade e do apetite, tanto que a questão do número de horas de sono também deve fazer parte de uma consulta de nutrição ou de endocrinologia.
Em termos de literacia em saúde, considera que o facto de este se tratar de um livro de ficção, inspirado em factos reais, e não científico, poderá fazer com que mais facilmente chegue às pessoas?
Esse é o nosso grande objetivo. As quatro pessoas que estão na base deste livro –eu, uma jornalista da área da saúde e duas profissionais de saúde ligadas ao tratamento de algumas doenças do sono nos cuidados respiratórios domiciliários – tinham por objetivo informar e formar a população sobre as doenças do sono na mulher.
A forma escolhida para chegar às pessoas parte de um gosto comum a todas nós que é a leitura e, por isso, achámos que o livro [de ficção] seria uma ótima forma de o fazer.
E acho mesmo difícil alguém, nomeadamente as mulheres, não se reconhecer em alguma parte daquele livro, ou na sua própria vida ou de pessoas próximas de si.
Não sendo este um livro científico, onde explicamos às pessoas como o diagnóstico da apneia do sono é feito, a forma de o fazer pode ser através de uma personagem com que a pessoa se identifique: uma mulher que tem dois filhos, que chega a casa cansada, que mora a quilómetros do sítio onde trabalha e depois em casa ainda tem uma série de coisas para tratar e o impacto que isto vai ter na sua vida.
O livro termina com alguns conselhos para uma boa noite de sono. Que medidas podemos implementar no dia-a-dia para ter uma noite reparadora e descansada?
Não quisemos mesmo perder a oportunidade de roubar duas páginas do livro para recordar como o sono é importante, como é a base essencial para uma vida saudável e recordar que todas as pessoas devem ter em atenção a quantidade de horas que dormem e a qualidade do seu sono.
Existem medidas gerais que todos podemos adotar e que passam por exercício físico regular, ter cuidado em relação à alimentação, evitar o excesso de peso e a obesidade, evitar as bebidas estimulantes ao longo do dia e especialmente a seguir à hora de almoço, não fumar e evitar as bebidas alcoólicas à noite.
Também temos de tentar promover uma exposição à luz de acordo com aquilo que o nosso ritmo interno precisa: aumentar a exposição à luz no início do dia e evitar a exposição à luz no fim do dia. Se conseguirmos juntar exercício físico matinal ao ar livre será o ideal.
À noite, devemos evitar a exposição à luz dos dispositivos eletrónicos que vão dar informação errada ao nosso cérebro de que é de dia e ainda não é altura de ir dormir.
Devemos preferir uma atividade que seja relaxante para desligar das preocupações, mas que não implique muito estímulo visual.
Mas mais importante do que a quantidade, surgiu agora recentemente um estudo a falar da importância da regularidade dos horários, de deitar e levantar à mesma hora, sejam férias ou dias laborais, fins de semana ou dias úteis.
São medidas importantes para todas as pessoas adotarem, sejam mulheres ou homens, para sentirmos que acordamos com um sono reparador e estamos alerta durante o dia e isso é que é o número de horas ideal para cada um de nós.
Essa questão do número de horas de sono: precisamos mesmo de dormir oito horas por noite? É esse o número de horas de sono ideal?
Temos de ter alguma flexibilidade na medicina do sono porque não existe uma regra ideal para todos. Cada um de nós tem o seu número ideal de horas que, na maior parte dos adultos, anda à volta das sete a nove horas por noite.
O número ideal de horas de sono deve ser pensado quando, nas férias, em que estamos isentos de obrigações e de acordar a uma determinada hora, acordamos com um sono reparador e estamos despertos ao longo do dia, sem ser à custa de estimulantes.
Esse é que é o nosso número mágico, que, na maior parte dos adultos, cai, de facto, entre as sete e as nove horas.
As crianças e os adolescentes precisam de dormir um pouco mais, e, a partir dos 65 anos, devemos dormir entre sete e oito horas. Outro mito que está enraizado na população é o de que os idosos não precisam de dormir muito.
Mas não devemos ficar excessivamente presos a estes números. Há pessoas que têm app’s no telemóvel, os sleep trackers, que até têm resultado em casos de ortosonia, que é a preocupação excessiva em relação ao sono. Isso só vai criar mais ansiedade.
Temos de adotar medidas relaxantes no final do dia para o sono surgir [de forma natural] e depois dormir o número suficiente para nos sentirmos com um sono repousante de manhã.