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Quer viver mais e melhor? 5 mudanças que deve implementar

7 Abr 2023 - 11:33

Quer viver mais e melhor? 5 mudanças que deve implementar

Viver mais anos e com saúde é um desejo universal. Embora muitos dos fatores que atrapalham este objetivo (como a genética ou o contexto familiar) estejam fora do nosso controlo, há algumas escolhas e decisões que podem ajudar-nos a alcançar a meta com sucesso.

E que escolhas são essas? Em declarações ao Viral, Paulo Santos, especialista em Medicina Geral e Familiar e professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), adianta que há cinco áreas fundamentais sobre as quais se deve implementar mudanças para viver mais e melhor – a alimentação, o exercício físico, os consumos nocivos, os comportamentos sexuais e a saúde mental – e aponta alguns hábitos que devem ser adotados em cada uma destas dimensões.

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1 – Comer menos gorduras, menos sal e mais fibra

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Para Paulo Santos, existem três grandes erros na alimentação que contribuem para vários problemas de saúde, nomeadamente o “sobrepeso” e a “obesidade”.

Estes erros, esclarece, passam por um consumo excessivo “de gorduras e de sale por um consumo insuficiente “de fibra”.

Se estes três aspetos fossem melhorados, o médico acredita que conseguiríamos “baixar a carga tensional”, “baixar a sobrecarga metabólica” e “condicionar o funcionamento do próprio intestino”, alterando “a forma como os alimentos são absorvidos”.

Para reduzir o consumo de sal, tal como se pode ler no site de Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), pode começar, por exemplo, por “diminuir gradualmente a quantidade de sal que adiciona durante a confeção das refeições”, “não levar o saleiro para a mesa” e “substituir o sal usado na confeção das refeições por ervas aromáticas, especiarias ou sumo de limão”.

2 – Fazer uma caminhada de 30 minutos, cinco vezes por semana

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As recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que um adulto entre os 18 e os 64 anos deve praticar “pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada” ou no mínimo “75 a 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade vigorosa”.

Nesse sentido, Paulo Santos dá o exemplo da caminhada como um tipo de atividade física moderada que não precisa de ser “muito estruturada” ou que exija a utilização de “grandes máquinas ou grandes equipamentos”.

“Se as pessoas caminhassem meia hora por dia, cinco dias por semana, isso seria um incremento em termos de saúde e representaria uma diminuição em termos do risco para a saúde muito importante”, sustenta.

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3 – Deixar de fumar e beber com moderação

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Trabalhar para abandonar “comportamentos aditivos no geral” é fundamental para viver mais e melhor. Isto porque hábitos como fumar, beber demasiado álcool ou consumir outro tipo de substâncias nocivas estão diretamente ligados a uma diminuição da qualidade de vida e da saúde.

Por isso, reforça, é importante “beber com moderação” e “deixar de fumar”.

Em Portugal, existem equipas especializadas no tratamento das dependências que trabalham em Centro de Respostas Integradas espalhados por todo o país (como, por exemplo, este).

4 – Usar preservativo e vacinar-se contra as infeções sexualmente transmissíveis

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A questão dos comportamentos sexuais de risco é, na perspetiva de Paulo Santos, “mais complexa”.

O médico começa por explicar que começar a ter relações sexuais mais tarde e ter um menor número de parceiros sexuais está associado a “um menor risco de infeções sexualmente transmissíveis”.

Ainda assim, completa, a utilização regular do preservativo “previne a transmissão da maior parte das infeções por via sexual, independentemente do número de parceiros e da idade com que se inicia a atividade sexual”, sendo, por isso, um “comportamento preventivo que entra independentemente de outros”.

Noutro plano, assinala o médico, há algumas infeções sexualmente transmissíveis para as quais já existem vacinas, pelo que faz “todo o sentido nós promovermos essa vacinação”.

“Por exemplo, a hepatite B era uma doença que, há uns anos, era uma causa importante de doença hepática e, à medida que nós fomos vacinando a população, a hepatite B está perfeitamente controlada e o número de novos casos é baixíssimo em relação àquilo que já foi no passado”, salienta.

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5 – Controlar o stress, com autoconhecimento e cidadania ativa

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Ter uma boa saúde mental, sobretudo através de uma redução dos fatores internos e externos que provocam stress, é também fundamental para viver mais e melhor.

Quanto aos fatores intrínsecos, “alguém conhecer-se a si próprio, perceber o seu comportamento, a sua reação e compreender como é que funciona em determinados contextos facilita que ela consiga modelar esse funcionamento e consiga baixar os níveis de stress, os níveis de ansiedade e baixar o risco de doença mental com significado”, adianta Paulo Santos.

Caso a pessoa não consiga fazer este trabalho de autoconhecimento sozinha, “os profissionais de saúde, nomeadamente os psicólogos, são uma ajuda muito importante”.

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No que diz respeito aos fatores extrínsecos, ou seja, “aqueles que não controlamos”, o médico acredita que alguns deles são também preveníveis se o poder executivo, os profissionais de saúde e os próprios cidadãos apostarem em melhorar “o funcionamento da cidade, do ambiente e da sociedade”.

Paulo Santos defende que, “enquanto cidadãos, temos um papel muito importante em exigir soluções arquitetónicas, de engenharia, de  rede de transportes, de funcionamento das instituições e de tudo aquilo que nós percebemos que nos cria muitos nervos”.

Na visão do médico, ao exigirmos e ao fazermos “com que os serviços funcionem melhor a bem do cidadão”, “iremos baixar os níveis de stress”, o que vai resultar, em última instância, “num menor risco de vir a desenvolver questões como ansiedade, depressão e doença mental significativa”, conclui.

7 Abr 2023 - 11:33

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