Com que frequência deve trocar de escova de dentes?
Na altura de escolher uma escova de dentes, há muitas opções no mercado. Existem escovas manuais e elétricas, de plástico ou bambu, e com cerdas macias, médias ou duras. Mas com que frequência deve trocar de escova de dentes? As escovas têm um prazo de validade? Quais os cuidados a ter?
De quanto em quanto tempo se deve trocar de escova de dentes?
“O consenso indica que se deverá trocar de escova de dentes a cada três meses, ou a cada quatro meses”, adianta Paulo Melo, diretor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP) e membro da direção da Federação Dentária Internacional (FDI), em declarações ao Viral.
No entanto, a escova pode ter de ser trocada antes disso. Por um lado, é necessário deitá-la fora “quando a pessoa tem alguma doença que tenha manifestações orais”, aponta o dentista.
Por outro lado, Paulo Melo aconselha que se vigie o estado da escova de dentes com alguma frequência. “Se uma pessoa tiver uma escova mais macia e usar mais força e energia” a lavar os dentes, “as pontas da escova vão começar a ficar torcidas”, explica.
Quando as cerdas mostram algum desgaste, as escovas “perdem a eficácia”, alerta o diretor da FMDUP. Logo, mais uma vez, a escova deve ser trocada nessas situações.
Segundo o dentista, as mesmas recomendações aplicam-se às escovas de dentes elétricas.
Quais as consequências de usar a mesma escova de dentes durante muito tempo?
Como esclarece Paulo Melo, “a escovagem tem dois objetivos principais”. O principal é “a disponibilização de flúor, através da utilização da pasta dentífrica, que funciona como proteção para a estrutura dentária”.
O outro objetivo “é a remoção dos resíduos que ficam alojados nos dentes (placa bacteriana)”.
Se as cerdas da escova “estiverem dobradas, não vão conseguir remover a placa, por isso, vão ter muito menor eficácia na escovagem”, aponta. Isto “pode repercutir na acumulação de placa”, que potencia “problemas da gengiva ou o aparecimento de cárie dentária”, acrescenta.
Que cuidados se deve ter com as escovas de dentes?
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos da América explica, num texto informativo, que “a boca é o lar de milhões de germes” e, “ao remover a placa bacteriana e outros detritos moles dos dentes, as escovas ficam contaminadas com bactérias, sangue, saliva, detritos orais e pasta de dentes”.
Devido a esta contaminação, “deve-se passar a escova bem por água depois da escovagem para ela não ficar com resíduos e poder durar mais”, recomenda Paulo Melo.
Depois, é aconselhado que se deixe a escova “secar ao ar” e guardá-la “na posição vertical”. Como adianta Paulo Melo, é importante “não colocar o protetor da cabeça na escova”, já que isso pode provocar o desenvolvimento de bactérias. “A proteção é mesmo só para situações de viagem”, realça.
Além disso, escreve-se no texto do CDC, “não é necessário mergulhar as escovas de dentes em soluções desinfetantes ou colutórios” para as limpar, porque, “nas condições certas, podem espalhar os germes”.
Do mesmo modo, “não é necessário utilizar máquinas de lavar louça, microondas ou dispositivos ultravioleta para desinfetar as escovas de dentes”, pois “estes métodos podem danificar a escova de dentes”, salienta-se.
Por fim, aponta-se a importância de “não partilhar escovas de dentes”. De acordo com o mesmo texto, “as escovas de dentes podem conter germes mesmo depois de enxaguadas, o que pode aumentar o risco de infeção, especialmente em pessoas com imunossupressão”.
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