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Dia Nacional do Psicólogo: 7 estratégias de autocuidado que os próprios psicólogos devem adotar

4 Set 2024 - 04:35

Dia Nacional do Psicólogo: 7 estratégias de autocuidado que os próprios psicólogos devem adotar

A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) aproveitou o facto de esta quarta-feira, dia 4 de setembro, se assinalar o Dia Nacional do Psicólogo para lançar um manual que reúne estratégias de autocuidado dirigidas a estes profissionais.

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No “Manual de Autocuidado para Psicólogos e Psicólogas” salienta-se que, ao contrário do que se possa pensar, os psicólogos e psicólogas não são “mais resilientes ou imunes a problemas de saúde psicológica”, nem “podem atuar profissionalmente sobre eles próprios, prevenindo ou tratando esses problemas”. Por isso, este manual surge com o objetivo de desmistificar estas ideias e sensibilizar para a importância de zelar pelo bem-estar destes profissionais.

Neste artigo do Viral, reunimos algumas das estratégias de autocuidado sugeridas neste documento que pode ler aqui na íntegra.

Estratégia 1: “Priorizar os cinco pilares do autocuidado”

morrer durante o sono causas risco

Manter um estilo de vida saudável, que inclui uma alimentação equilibrada, bons hábitos de sono e a prática de exercício físico, “tem um impacto positivo e determinante no bem-estar e qualidade de vida” de qualquer pessoa. E os profissionais da área da psicologia não são a exceção.

Por isso, no “Manual de Autocuidado para os Psicólogos e Psicólogas” da OPP sublinha-se a importância de priorizar os “cinco pilares fundamentais do autocuidado”:

  • sono;
  • descanso corporal;
  • alimentação e hidratação;
  • atividade física;
  • interação social.

Em relação ao sono, aponta-se que, apesar de nem todas as pessoas precisarem de dormir o mesmo número de horas, “é essencial que criemos rotinas que permitam dormir o suficiente (7-9 horas)”.

Quanto ao descanso corporal, escreve-se que “os psicólogos e as psicólogas experienciam emoções e sensações físicas sentidas pelas pessoas com quem trabalham”. Por exemplo, o trabalho “com uma pessoa que descreve um ataque de pânico faz com que o corpo receba essas tensões”, acrescenta-se. 

Nesse sentido, sugere-se “a prática de massagens e alongamentos”, evitar passar demasiadas horas sentados e fazer pausas para restabelecer a “concentração e energia”.

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Noutro plano, “uma hidratação adequada” e uma alimentação equilibrada também são essenciais para um estilo de vida saudável. Em termos práticos, é importante “beber quantidade suficiente de água e evitar saltar refeições”, exemplifica-se.

Segundo o manual, a evidência mostra “que sentir fome e sede diminui o desempenho cognitivo e emocional”. Isto, além de prejudicar a saúde do profissional, também afeta o trabalho da pessoa.

Quanto à prática de atividade física regular destaca-se que “andar, correr, praticar algum desporto ou até fazer limpezas em casa são atividades que se correlacionam positivamente com níveis mais elevados de bem-estar, mais energia física e psicológica, humor mais positivo e menores níveis de stress”.

Por fim, recomenda-se que os psicólogos evitem o “isolamento pessoal e profissional”, um fator “de impacto negativo, nomeadamente no burnout e na diminuição do compromisso profissional”.

No manual explica-se ainda que “o contacto frequente e saudável com amigos e família é essencial para a manutenção do bem-estar e qualidade de vida”.

Estratégia 2: Estabelecer limites no trabalho

mudança da hora

Tal como deve acontecer em qualquer outra profissão, é fundamental “estabelecer regras claras e explicitar limites no trabalho”.

Por um lado, é importante esclarecer junto de colegas, clientes e empregadores “qual a nossa forma de trabalhar, horários em que estamos disponíveis ou situações em que podemos ser contactados”, esclarece-se.

Fora do horário de trabalho, “ainda que mantendo alguma flexibilidade para situações de exceção”, é importante “preservar o direito de dizer não”, por exemplo, quando se recebe mensagens ou emails não urgentes ou quando é pedida a realização de uma tarefa não planeada.

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“Quando consideramos estar 100% disponíveis para o nosso trabalho, não estamos 100% disponíveis para nós e para as nossas relações significativas”, destaca-se no documento. 

Por isso, acrescenta-se, “é importante que encontremos dias, mesmo que isolados, para descansar das responsabilidades profissionais, dedicando-os à família, amigos, ao relaxamento, à espiritualidade, à aprendizagem ou a qualquer outra dimensão que não a profissional”.

Daí a importância das férias. Estes períodos são “essenciais para nos afastarmos, física e psicologicamente, do trabalho”, defende-se

Estratégia 3: Criar e respeitar os limites entre a vida pessoal e profissional

Segundo o manual da OPP, é frequente os amigos e familiares de psicólogos tentarem abordá-los enquanto profissionais, de forma a resolverem os seus problemas e preocupações.

No entanto, salienta-se, “as relações com familiares e amigos devem ser recíprocas, para que possamos cuidar e ser cuidados”.

Assim, é necessário estabelecer limites e “reforçar que não somos psicólogos/as dos nossos familiares e amigos”. 

Caso um familiar ou amigo precise de ajuda psicológica, é importante sugerir que essa pessoa recorra a um colega.

Estratégia 4: Incluir momentos de relaxamento e lazer na rotina

fome emocional

Há várias técnicas de relaxamento (por norma, até sugeridas pelos próprios profissionais aos seus clientes) que são úteis no autocuidado. Por exemplo, a “meditação guiada”, o “relaxamento muscular” e a “respiração diafragmática” são abordagens que podem ajudar.

Por outro lado, “ouvir uma música tranquila”, ler e fazer atividades de lazer que implicam o contacto direto com a natureza (como passear, fazer um piquenique ou fazer jardinagem) também podem ser formas de autocuidado.

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Estratégia 5: “Usufruir de momentos a sós”

É comum os psicólogos passarem grande parte do seu tempo, dentro e fora do trabalho, “rodeados de pessoas”. Por esse motivo, “passar algum tempo sozinhos/as é também uma forma de autocuidado”, assinala-se no manual.

“A necessidade de estar só” vai depender de cada um, mas o importante é que se consiga encontrar um “equilíbrio entre os momentos de interação social e os momentos em que se está só”, realça-se.

Estratégia 6: Apostar no desenvolvimento pessoal e profissional

“A aprendizagem contínua” é essencial para a “competência profissional dos/as psicólogos/as”, refere-se no manual da OPP. 

Por isso, recomenda-se que estes profissionais se envolvam com regularidade “em oportunidades de desenvolvimento profissional” de forma a promoverem “o crescimento pessoal e profissional” e a expandirem os “conhecimentos e áreas de interesse”.

Com o objetivo de evitar a monotonia e o tédio, pode-se, ainda, “na medida do possível”, diversificar as atividades profissionais. Por exemplo, combinar o trabalho clínico com o ensino.

Este desenvolvimento constante e moderado vai promover “satisfação a longo prazo”. Também “a participação social pode ser uma das formas de encontrar significado e propósito”, pois promove a sensação de envolvimento com a comunidade e traz “um sentido de missão”. 

Estratégia 7: “Aceitar ou procurar ajuda” quando necessário

Ao contrário do que se pode pensar, os psicólogos não são imunes a problemas de saúde mental e, às vezes, “o melhor autocuidado” é permitirem-se “receber o apoio dos outros” (ver também aqui e aqui).

Tal como a restante população, os profissionais desta área também enfrentam desafios durante a procura de ajuda, como “dificuldades de acesso à saúde, barreiras financeiras” e “limitações geográficas”.

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É possível que o psicólogo sinta também “medo de ser julgado negativamente, perder o respeito dos/das colegas” e de “ser visto/a como incompetente” quando decide procurar ajuda.

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Além de, num primeiro nível, poder ser importante “aprender a partilhar ou a delegar responsabilidades, pessoais ou profissionais, em momentos de maior stress, aos amigos, familiares ou colegas de profissão”, caso as dificuldades se agravem ou persistam, “é essencial procurar apoio especializado junto de um/a colega”, recomenda-se.

Alguns sinais de alerta que devem levar a essa procura são, por exemplo, ter problemas de sono ou de alimentação, sentir desmotivação, tédio e desinteresse no trabalho, e isolar-se da família e dos amigos.

Pode conhecer as restantes estratégias e ler “Manual de Autocuidado para Psicólogos e Psicólogas” na íntegra aqui.

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