Quase a totalidade da população mundial respira ar poluído. Estes dados foram publicados, em abril, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e mostram que 99% das pessoas no planeta “respira ar que excede os limites de qualidade definidos pela OMS”. Por isso, esta agência das Nações Unidas considera a poluição do ar “uma grande ameaça à saúde e ao clima em todo o mundo”.

Mas quais os impactos da poluição na saúde?

Segundo um artigo publicado no site da OMS, “a principal via de exposição à poluição atmosférica é através das vias respiratórias”. Ora, a respiração de poluentes pode levar a “inflamação, stress oxidativo e imunossupressão (diminuição da eficiência do sistema imunitário)”, o que poderá ter um impacto negativo em vários órgãos, nomeadamente “nos pulmões, no coração e no cérebro”.

A mesma fonte sublinha que “quase todos os órgãos do corpo podem ser afetados pela poluição do ar”, pois o tamanho reduzido de alguns poluentes faz com que estes sejam “capazes de penetrar na corrente sanguínea através dos pulmões e circular por todo o corpo”.

Nesse sentido, adianta a OMS, as principais doenças associadas à poluição do ar são “o acidente vascular cerebral, a doença cardíaca isquémica, a doença pulmonar obstrutiva crónica, o cancro do pulmão e a pneumonia”.

Por outro lado, sustenta a organização, alguma evidência científica sugere uma associação entre “a exposição à poluição do ar com o aumento do risco de resultados adversos na gravidez”, como o “baixo peso ao nascer”.

No mesmo plano, segundo um artigo da revista científica “Nature Reviews Cardiology”, os efeitos combinados “do calor, da poluição atmosférica, da idade e do estatuto socioeconómico e sanitário são responsáveis por evitáveis eventos agudos de doenças cardiovasculares”.

Por fim, também a Agência Portuguesa do Ambiente refere, num curto artigo dedicado aos efeitos da poluição do ar, que “entre os efeitos na saúde humana são de destacar os problemas ao nível dos sistemas respiratório e cardiovascular”.