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Cantora Maro revela situação de burnout. O que é e como prevenir esta síndrome?

A palavra burnout ganhou particular destaque na agenda noticiosa quando a cantora Maro revelou ter sofrido um esgotamento. Afinal, o que é o burnout? Quais as causas e consequências? E o que fazer para o prevenir?

13 Out 2022 - 05:03

Cantora Maro revela situação de burnout. O que é e como prevenir esta síndrome?

A palavra burnout ganhou particular destaque na agenda noticiosa quando a cantora Maro revelou ter sofrido um esgotamento. Afinal, o que é o burnout? Quais as causas e consequências? E o que fazer para o prevenir?

Meses após vencer o Festival da Canção com a música “Saudade, Saudade”, Maro (nome artístico de Mariana Secca) anunciou o cancelamento de todos os concertos marcados para 2022 a partir do dia 7 de novembro. No texto partilhado na sua página de Instagram oficial, a cantora adianta estar a atravessar uma fase difícil que envolve um processo de luto e uma situação de burnout. 

O post foi publicado no Dia Mundial da Saúde Mental e obteve mais de 10 mil reações. Nos comentários, há vários seguidores a agradecer a partilha da artista por trazer para a discussão temas como este. Afinal, o que é o burnout? Quais as causas e as consequências? E como prevenir esta síndrome?

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O que é a síndrome de burnout?

Segundo a “11.ª revisão da Classificação Internacional de Doenças”, o burnout é “uma síndrome considerada resultante do stress crónico no local de trabalho que não foi gerido com sucesso”. 

Assim, descreve-se no documento, o burnout caracteriza-se por três dimensões: “sentimentos de esgotamento ou esgotamento de energia; maior distância mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados com o próprio trabalho; e uma sensação de ineficácia e de falta de realização”.

Os peritos sublinham ainda que o termo burnout ”se refere especificamente a fenómenos do contexto profissional e não deve ser aplicado para descrever experiências noutras áreas da vida”.

Quais as causas da síndrome de burnout?

Para a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) – que publicou, em agosto de 2020, um documento de “Perguntas e Respostas sobre Burnout” -, existem vários fatores que contribuem para o desenvolvimento de situações de burnout.

Entre os mais comuns estão, segundo a organização, a “existência de poucas ou nenhumas pausas para descanso (mais de cinco horas de trabalho consecutivo)”, “conflitos e má relação entre colegas e superiores hierárquicos” e “dificuldades de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”.

No mesmo plano, o documento refere outros fatores como “incapacidade de resolução de problemas pessoais que têm impacto no trabalho”, “carga de trabalho superior à capacidade do profissional”, “falta de autonomia e controlo sobre as tarefas e a organização do trabalho”, “baixo propósito ou significado das tarefas realizadas”, “realização de tarefas perigosas ou de grande exigência emocional” e “horários de trabalho contínuos e excessivos (superiores a 8h diárias) e/ou horários por turnos”.

Quais as consequências do burnout?

Quanto às consequências do burnout, a Ordem dos Psicólogos aponta problemas profissionais, como aumento do “absentismo, perda de produtividade ou diminuição do compromisso com o trabalho”, mas também pessoais, dado que esta síndrome “pode influenciar o nosso bem-estar, as relações sociais e a vida familiar”.

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Nesse sentido, num artigo publicado no site da OMS sobre stress, burnout e fadiga nos profissionais de saúde, sugere-se que “o stress profissional prolongado pode causar esgotamento, fadiga crónica, absentismo, elevada rotatividade do pessoal, redução da satisfação dos pacientes e aumento dos erros de diagnóstico e tratamento”.

Como prevenir o burnout?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que os “governos, as empresas e as organizações que representam trabalhadores e empregadores” podem ajudar a melhorar a saúde mental no trabalho ao “prevenirem os riscos à saúde mental no trabalho”, “protegerem e promoverem a saúde mental no trabalho”, “apoiarem trabalhadores com condições de saúde mental para participar e prosperar no trabalho” e “criarem um ambiente propício para a mudança”.

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Mas como? “Fornecendo acordos de trabalho flexíveis ou implementando estruturas para lidar com a violência e o assédio no trabalho”, exemplifica a OMS.

Por outro lado, avança a Ordem dos Psicólogos, há pequenos gestos de autocuidado e de autorregulação emocional que podem ajudar a prevenir o burnout, como dar nome às emoções, ou seja, “parar e dedicar um momento a perceber o que estamos a sentir e dar-lhe um nome”.

Além disso, conclui o documento publicado pela OPP, é fundamental procurar “a ajuda de um psicólogo”, quando a ansiedade e a exaustão são constantes, impedindo o “funcionamento habitual, na vida pessoal ou profissional”.

Categorias:

Saúde mental

Etiquetas:

Burnout | Exaustão | Maro | Stress

13 Out 2022 - 05:03

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