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Hábitos de vida podem ajudar a prevenir um AVC? Como?

O Dia Mundial do AVC assinala-se a 29 de outubro. Em entrevista ao Viral, Vítor Tedim Cruz explica quais os hábitos de vida que podem ajudar a prevenir um Acidente Vascular Cerebral.

29 Out 2022 - 01:04

Hábitos de vida podem ajudar a prevenir um AVC? Como?

O Dia Mundial do AVC assinala-se a 29 de outubro. Em entrevista ao Viral, Vítor Tedim Cruz explica quais os hábitos de vida que podem ajudar a prevenir um Acidente Vascular Cerebral.

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte em Portugal. Ainda assim, persiste a ideia de que ter um AVC, em determinada altura da vida, não pode ser evitado. O presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), Vítor Tedim Cruz, explica ao Viral quais os hábitos que podem ajudar a prevenir um AVC.

Como se pode prevenir um AVC?

Vítor Tedim Cruz começa por explicar que, “se vivermos tempo suficiente, uma em cada três pessoas vão ter um acidente vascular cerebral”. E como se mede esse risco individual? Depende, essencialmente, de “sete a oito fatores de risco” que, ao se acumularem, “vão aproximando a pessoa de poder ter um AVC”. 

O neurologista refere como exemplos “a hipertensão arterial não tratada, a diabetes não controlada, o tabagismo ativo, a exposição a hábitos alcoólicos em demasia, a obesidade, o sedentarismo e a fibrilhação auricular (uma arritmia cardíaca não controlada do ponto de vista de anticoagulação)”.

Nesse sentido, a presença de fatores de risco acumulados faz com que a probabilidade de ter um AVC aos 55 anos, aos 60 ou numa idade ainda mais jovem aumente.

Também é verdade que, na maioria dos AVC, “cada indivíduo tem um fundo genético”. Como acontece na doença de Alzheimer, a probabilidade de uma pessoa ter um acidente vascular cerebral vai depender de “quase 800 ou 900 genes diferentes”, sendo que alguns podem acrescer o risco, enquanto outros podem reduzi-lo. Depois, o balanço individual em conjunto com o fundo genético “é que pode aproximar a pessoa de ter ou não o risco de AVC”.

Além de “prevenir o AVC antes de ele acontecer”, também se deve “prevenir a repetição”, sublinha o neurologista. Em Portugal, aponta, cerca de “um terço dos AVC são repetições”. 

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Portanto, “quando uma pessoa tem um AVC pequeno, que não deixou nenhuma sequela, há ali uma responsabilidade redobrada”. 

É necessário perceber quais foram as causas, porque só assim é que se pode estabelecer “a melhor estratégia – através de intervenções farmacológicas, alterações ao estilo de vida e reabilitação – para impedir a repetição”, reforça.

Como ocorre um Acidente Vascular Cerebral?

Um AVC “é uma doença que acontece no cérebro”, destaca o especialista. Isto é, “trata-se de um problema que ocorre ao nível dos vasos sanguíneos responsáveis por ‘alimentar o cérebro’”. 

O que acontece? Das duas uma: ou ocorre um AVC isquémico ou um AVC hemorrágico. Qualquer um dos dois “acontece de forma abrupta e muito rápida”, garante.

Segundo o médico, o primeiro acontece quando “um coágulo se instala num vaso”, bloqueando-o e impedindo “o aporte de oxigénio e nutrientes para o cérebro” (enfarte cerebral). Por outro lado, o AVC hemorrágico ocorre quando um “vaso rompe e o sangue sai do vaso, dentro do cérebro” (hemorragia cerebral). 

De todos os AVC que se verificam anualmente, “em cada cinco, quatro são isquémicos e um é hemorrágico”, esclarece o presidente da SPAVC.

Quais os sinais de alerta?

Existem vários sintomas que podem antecipar um acidente vascular cerebral. Contudo, existem três que qualquer pessoa consegue identificar facilmente. 

Na perspetiva de Vítor Tedim Cruz, devemos seguir a regra dos “três F’s”. É uma “alteração abrupta da ‘Fala’”, “uma alteração abrupta da ‘Face’” (assimetria da face por falta de força de um lado) ou uma “falta de ‘Força’ num dos lados do corpo” (num braço, numa perna, ou no braço e na perna do mesmo lado).

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Assim que algum desses três F’s “se instala em alguém à nossa frente, de uma forma súbita, é muito provável que essa pessoa esteja a ter um AVC”, alerta. 

O próximo passo é ligar para o 112, uma vez que, nas palavras do especialista, “cada minuto conta” e “basta passar 15 minutos para o nosso risco de morte aumentar 4%”.

29 Out 2022 - 01:04

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