As escovas de limpeza facial elétricas, como as “Foreo” (uma das marcas mais conhecidas), são as protagonistas de vários vídeos de rotinas de cuidados de pele. Segundo as marcas, estes aparelhos feitos de silicone removem “as impurezas e o sebo”, tornam a textura da pele mais “firme” e “aveludada” e “relaxam os músculos faciais”, através de uma “esfoliação suave”. Apesar da popularidade destas escovas nas redes sociais, é também no digital que algumas criadoras de conteúdo defendem que estes aparelhos danificam a pele. Para perceber se estes dispositivos são seguros para a pele e qual os cuidados a ter na sua utilização, o Viral contactou a dermatologista Diana Miguel.

As escovas de limpeza facial, como as “Foreo”, são seguras?

Em entrevista ao Viral, Diana Miguel começa por reconhecer que “não existe consenso na comunidade médica” em relação ao uso destas escovas de limpeza facial elétrica. Isto porque, segundo a especialista, não existem estudos concretos que permitam recomendar estes produtos ou, por outro lado, desaconselhar o seu uso.

Ainda assim, a dermatologista alerta para os potenciais perigos do mau uso destes dispositivos. Muitas vezes, adianta, ao publicitar-se estes produtos, garante-se que estes são aptos para “uso diário ou até bidiário”. No entanto, sublinha, a pele só deve ser esfoliada, “no máximo, três vezes por semana, variando de acordo com o tipo de pele”.

Quais os cuidados a ter na utilização das escovas de limpeza facial?

Por outro lado, defende a dermatologista, é necessário ter atenção à pressão exercida sobre a pele no momento da esfoliação. Por isso, sustenta, “se tentar esfregar ou tentar polir a pele, é óbvio que vai agredir demasiado a pele e causar um distúrbio na barreira cutânea”, o que depois pode causar uma patologia. 

Além disso, a médica assegura ser fundamental limpar cuidadosamente as “Foreo”, dado que estas escovas de limpeza facial “acumulam células mortas e, a médio prazo, algumas bactérias”. Ou seja, se não forem limpas com regularidade, acabam por ser potencialmente prejudiciais para a pele. 

Quem pode e quem não pode usar as “Foreo”?

A dermatologista clarifica que, “se estivermos a falar de uma pele mais sensível, mais reativa ou com alguma patologia inflamatória”, nunca se vai recomendar uma esfoliação diária, logo, estes dispositivos de limpeza não serão aconselhados nesses casos.

Exemplo disso são peles “com rosácea ou com acne inflamatória” ou com “tendência a ter dermatite periorificial”. No mesmo sentido, estas escovas podem também não ser uma boa opção para “pessoas com doenças autoimunes, como o lúpus”.

Para mais, utentes que já façam outros tratamentos, “com produtos como os retinóis” e como os ácidos alfa-hidroxiácidos (glicólico, lático e cítrico, por exemplo) “ou que tomem isotretinoína” podem “não tolerar o uso destes destas escovas”, visto terem “uma pele mais fina e mais sensível”.

No mesmo plano, avisa Diana Miguel, as escovas com “uma microcorrente elétrica de baixa densidade”, como é o caso das “Foreo”, “são contraindicadas em grávidas, em doentes com pacemaker e em utentes com patologia cardíaca”.

Em contrapartida, para quem tem “uma pele mais espessa, mais irregular, mais oleosa ou com alguns pontos negros, a utilização destes produtos até pode ser benéfica”.

Mesmo assim, conclui a dermatologista, ainda falta alguma informação sobre como utilizar estes aparelhos e sobre qual o modelo indicado para cada tipo de pele. Assim sendo, é necessário analisar caso a caso, higienizar regularmente estas escovas e não exceder o número de utilizações recomendada pelos dermatologistas.