Domingo muda a hora. Como adaptar-se ao adiantar do relógio?
A mudança da hora para o horário de verão acontece na madrugada deste domingo, dia 26 de março. Será, por isso, tempo de adiantar os relógios. Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, o acerto faz-se às 01h00 (passando os ponteiros a marcar 02h00). Nos Açores, a mudança é feita à 00h00 (passando a marcar 01h00).
A medida foi criada para poupar energia, mas alguns especialistas e instituições – nomeadamente a Associação Portuguesa de Sono – defendem que os possíveis impactos negativos na saúde provocados pelo adiantar do relógio não compensam a poupança energética. Mas porquê? E como preparar-se para a mudança e minimizar esses possíveis impactos?
Porque é que há especialistas a defender o fim da mudança da hora?
Em declarações ao Viral, o presidente da Associação Portuguesa de Sono (APN), Joaquim Moita, defende que a mudança para a hora de verão é “mais perigosa do que aquela que acontece no outono com o início da hora de inverno”.
Isto porque, segundo o especialista, “se não tiverem cuidado, as pessoas vão dormir menos uma hora”, o que está associado a “mais acidentes de viação”, “mais acidentes vasculares cerebrais” e a “mais episódios mortais por doenças cardíacas”.
Tal como o diretor da Unidade de Sono do Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, Miguel Meira e Cruz, já tinha explicado ao Viral aquando da mudança para o horário de inverno em 2022, “alguns estudos têm demonstrado – embora com alguma controvérsia – que o número de eventos e as descompensações cardiovasculares e metabólicas aumentam no período pós-mudança da hora em relação aos períodos semelhantes nas semanas anteriores à mudança”.
É por esse motivo que a Associação Portuguesa do Sono se posiciona a favor da “adoção permanente do horário de inverno”.
A instituição expressa, num texto publicado no seu site, que o horário de inverno apresenta “mais vantagens”, nomeadamente:
- mais luz natural ao início da manhã, com efeitos benéficos para o ritmo de sono-vigília pelo maior alinhamento com o ciclo natural luz-escuro (maior facilidade em adormecer e acordar, atenuação do jetlag social);
- melhoria do desempenho profissional e escolar, melhoria da saúde mental, redução do risco da doença física (cancro, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas, problemas da imunidade);
- redução de risco de acidentes e provável repercussão positiva para a economia”.
No que diz respeito à mudança para a hora de verão, Joaquim Moita sublinha que “há pessoas que demoram uma semana a adaptar-se”, manifestando sintomas como “sonolência e problemas digestivos, nomeadamente náuseas, vómitos, obstipação, diarreias”.
O pneumologista lembra ainda que “pessoas com maus hábitos de sono” bem como “crianças, adolescentes e jovens (que precisam de dormir mais horas)” são quem sofre mais com esta alteração.
Como preparar-se para a mudança da hora?
Para facilitar esta adaptação e mitigar os potenciais impactos da mudança da hora, Joaquim Moita deixa algumas recomendações.
A primeira passa por “dormir o mesmo número de horas que habitualmente dorme”, sendo recomendado que “um adulto durma entre sete e nove horas”.
Se for possível, o ideal é começar a adaptação alguns dias antes. “Sugeria que a adaptação começasse já no sábado. Levantar-se meia hora mais cedo no sábado e o mesmo no domingo, de forma a que na segunda-feira já estivesse adaptado à nova hora”, detalha.
Outra sugestão do especialista passa por “adaptar progressivamente os horários das refeições”, visto que “a hora das refeições é muito importante para regular o nosso ritmo biológico”.
Assim sendo, conclui, nos dias anteriores à mudança da hora deve-se, por exemplo, almoçar, lanchar e jantar “um bocadinho mais cedo do que o habitual”.
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