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Perder peso nem sempre é sinónimo de emagrecer. Entenda porquê

29 Ago 2024 - 09:14

Perder peso nem sempre é sinónimo de emagrecer. Entenda porquê

Quando subimos para a balança e notamos que temos menos um quilo do que na pesagem anterior, costumamos dizer que “emagrecemos” um quilo. Da mesma forma, se o número na balança aumenta, é comum dizermos que “engordámos” um quilo. Mas não é bem assim.

Apesar de, no dia a dia, as expressões “perder peso” e “ganhar peso” serem utilizadas como sinónimos de “emagrecer” e “engordar”, respetivamente, a realidade é mais complexa. Neste artigo, um nutricionista explica as diferenças entre estes termos e a importância de os distinguir.

Porque é que perder peso nem sempre significa emagrecer?

Em declarações ao Viral, o nutricionista Rafael Loureiro começa por explicar que as expressões “perder peso” e “ganhar peso” se aplicam quando “o número na balança” baixa ou sobe, sem discriminar o que causa esta mudança. Por outro lado, as palavras “emagrecer” e “engordar” são utilizadas quando se fala especificamente em perda ou ganho de massa gorda.

Embora a perda e o ganho de gordura sejam muitas vezes acompanhadas de perda e ganho de peso, é possível o número na balança “subir” ou “descer” por outros motivos, ou seja, sem a pessoa ter engordado ou emagrecido. E há vários fatores que o explicam.

Em primeiro lugar, refere Rafael Loureiro, as oscilações “agudas” de peso – quando se perde ou ganha um de um dia para o outro – podem estar relacionadas, por exemplo, com “o estado de hidratação” da pessoa.

Para explicar esta questão, o nutricionista recorre a um exemplo: “Se, num dia de muito calor, eu ficar mais desidratado e não repuser devidamente a minha ingestão de líquidos, este será um cenário plausível para eu, no dia seguinte, acordar mais leve. Mas, neste caso, não perdi gordura. Perdi água, perdi peso”.

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Noutro plano, também a frequência da evacuação (e a quantidade de conteúdo gastrointestinal que se consegue eliminar num dia) pode contribuir para que o número na balança mexa. 

“Se eu tomar um laxante e for à casa de banho mais vezes, é também expectável que, no dia seguinte ou até poucas horas depois, esteja um bocadinho mais leve”, exemplifica.

Além disso, as dietas pobres hidratos de carbono (como, por exemplo, a dieta cetogénica) podem levar, nas primeiras semanas ou durante os primeiros meses, a uma perda de peso mais acentuada do que a verificada em dietas igualmente calóricas em que não se restrinja tanto os hidratos de carbono.

Isto porque, explica o nutricionista, os hidratos de carbono “acabam por ter sempre esse papel de ‘sequestrar’ a água para dentro do músculo”. Logo, quando há uma forte restrição dos alimentos ricos neste macronutriente, não retemos tanta água no músculo e ficamos mais leves.

Assim sendo, tanto na dieta com restrição elevada de hidratos como na dieta com restrição moderada, pode haver a mesma perda de gordura, mas a perda de peso (devido à perda de água) ser maior numa do que noutra. No entanto, ressalva o nutricionista, isto acontece “durante algumas semanas ou meses” e não durante “anos”.

Por fim, o nutricionista lembra que outro fator que pode contribuir para a perda de peso – e que não está relacionado com a perda de gordura ou de água – é a perda de massa muscular, sobretudo quando a perda de peso acontece num espaço de poucas semanas ou meses e não se tem alguns cuidados com a alimentação.

“Se eu quiser emagrecer, mas estiver a perder peso de forma demasiado rápida e estiver a ter uma ingestão proteica insuficiente, o peso irá diminuir mais depressa. No entanto, apesar de estar a perder gordura, é muito provável que também esteja a perder mais massa muscular do que seria ideal”, conclui.

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Este artigo foi desenvolvido no âmbito do European Media and Information Fund, uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e do European University Institute.

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Categorias:

Alimentação

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