7 dicas para ter uma alimentação saudável sem gastar mais no supermercado
A ideia de que para se ter uma alimentação saudável é preciso gastar muito dinheiro em alimentos mais caros como o abacate, as sementes e os produtos orgânicos ainda persiste, impedindo a mudança para hábitos alimentares mais positivos dentro das famílias.
Com a inflação, o aumento do preço dos alimentos torna a situação particularmente preocupante. Em todas as idas ao supermercado, as etiquetas dos produtos e os talões de compra apresentam valores cada vez mais elevados, dificultando as escolhas das famílias. Apesar de esta realidade ser inegável e incontornável, há alguns truques, trocas de alimentos e estratégias que podem ajudar a ter uma alimentação saudável e equilibrada sem gastar mais no supermercado
Alimentação saudável é mais cara?
Em declarações ao Viral, Maria Gama, nutricionista e autora do blogue “Põe-te na linha”, começa por explicar que ter uma alimentação saudável não implica gastar mais dinheiro no supermercado, nem comprar alimentos exóticos ou desconhecidos pela maioria.
“Por exemplo, se quisermos comprar todos os frutos secos ou todas as sementes do mercado”, isso “vai encarecer muito mais a conta”, sublinha Maria Gama, mas esses alimentos não caracterizam, por si só, uma alimentação adequada. Ou seja, “não é por comermos sementes de chia que somos saudáveis”.
A nutricionista esclarece que este tipo de alimentos, como as sementes, podem ser integrados na alimentação e têm benefícios, mas não são essenciais, podendo ser substituídos por “outros alimentos igualmente interessantes e muito mais baratos”.
No fundo, adianta, para uma alimentação saudável “só precisamos dos alimentos básicos”, como “a carne, o peixe, as leguminosas, o arroz, a massa, o pão, os hortícolas, os cereais integrais”. E, mesmo nestes casos, há algumas trocas e estratégias que podem reduzir (ou, pelo menos, não aumentar) os gastos com a alimentação.
1 – Planear as refeições e fazer uma lista de compras
Segundo a nutricionista, a primeira estratégia para não gastar mais dinheiro ao optar por uma alimentação saudável acontece ainda antes de se entrar no supermercado: fazer uma ementa semanal. Isto é, planear as refeições da semana, pensando na melhor forma de “utilizar os produtos que se tem no frigorífico e na despensa” e conjugá-los de maneira a evitar o desperdício alimentar ou a compra de produtos que já se tem em casa.
Depois, ainda em casa, deve-se fazer uma lista de compras com tudo o que se precisa para cozinhar essas refeições. Isto permite poupar “tempo nas compras e nas viagens”, já que ter uma lista permite que só sejam visitados os corredores essenciais e que se tenha em cada todos os produtos necessários para uma receita.
Este planeamento permite também que a família tenha menos necessidade de “encomendar” comida ou fazer compras impulsivas “à pressa” que podem não ser as mais interessantes do ponto de vista nutricional nem as mais económicas.
2 – Comparar o preço por quilo de cada alimento
Já no supermercado é importante comparar os produtos pelo preço por quilo de alimento e não pelo preço da embalagem.
Por exemplo, uma embalagem de 500 gramas de arroz pode parecer mais barata do que uma embalagem de um quilo. No entanto, traz menos produto e dura menos tempo. Logo, na hora de comparar as duas embalagens de arroz, há que fazer a conversão do preço ao quilo. “Muitas vezes não se fazem as contas, que é uma coisa que eu recomendo sempre”, lamenta.
Na maior parte dos casos, para seguir esta estratégia não é sequer preciso fazer contas de cabeça ou usar a aplicação da calculadora do telemóvel, dado que, regra geral, o preço por quilo está descrito em letras mais pequenas nas etiquetas dos preços dos produtos.
3 – Estar atento à qualidade das promoções
As etiquetas coloridas e os cartazes gigantescos com supostas “promoções imperdíveis” podem ser muito apelativas, mas nem sempre são a melhor opção, nem representam uma oportunidade de gastar menos.
Na perspetiva da nutricionista, por vezes, as pessoas “pegam num alimento com uma promoção, mas, como não convertem para o preço por quilo, não percebem que aquele produto é muito mais caro do que o produto de marca branca”, sustenta.
Por isso, na hora de analisar uma promoção, é fundamental comparar o preço por quilo daquele produto com o preço por quilo de todos os produtos semelhantes das diferentes marcas.
4 – Fazer trocas inteligentes
Uma alimentação saudável que não pese mais no orçamento do que uma alimentação menos cuidada pode passar por incluir “mais leguminosas” – como o feijão, o grão e as lentilhas – no prato, porque estes alimentos “são mais baratos e rendem mais do que o peixe e a carne”. Por exemplo, uma bolonhesa de lentilhas é um prato significativamente mais barato do que uma bolonhesa de carne de vaca.
5 – Optar pelos congelados
No caso dos legumes, pode-se “optar pelos congelados” que, por vezes, são mais baratos, quer em relação aos frescos, quer em relação aos embalados. Além disso, ao contrário do que muitas vezes se pensa, o congelamento dos alimentos não representa uma perda de nutrientes significativa.
6 – Consumir produtos da época
Por outro lado, comprar “fruta da época, em vez de se consumir a mesma durante todo o ano”, pode ser benéfico para a carteira, além de ser uma prática mais sustentável. Para quem não sabe muito sobre a sazonalidade das frutas e dos legumes, há vários calendários online que indicam quais os produtos da época, como este da Deco Proteste.
Quando se quer comprar produtos mais caros, como os frutos vermelhos, fora de época, a secção dos congelados pode ser também uma boa opção.
7 – Escolher os “básicos” e pôr as mãos na massa
Outra sugestão da nutricionista é seguir o “básico”, ou seja, comprar “um pacote de flocos de aveia” em vez de “uma granola”, que chega a ser pelo menos dois euros mais cara.
No mesmo sentido, o corredor da água engarrafada pode ser excluído do trajeto, dado que a água da torneira é apta para consumo.
Na sua página de Instagram, Maria Gama defende também que, em termos de qualidade-preço, se deve optar pelas opções caseiras em vez dos alimentos embalados. Ou seja, passar mais tempo na cozinha, pode ajudar a reduzir os gastos na alimentação. Por exemplo, é preferível fazer uma salada em casa do que comprar uma embalada e é mais barato fazer uma sopa de raiz do que comprar uma já feita.
No mesmo plano, também compensa fazer os hambúrgueres e as almôndegas em casa ou comprar um saco de batatas em vez de comprar batatas fritas de pacote. Por fim, as papas de aveia, barras de cereais e panquecas pré-feitas podem ser substituídas por versões caseiras que, além de mais baratas, são menos processadas e mais saudáveis.
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