Correr faz mal aos joelhos? Quais os cuidados a ter?
Correr é uma forma barata e eficaz de praticar atividade física, já que não exige equipamentos sofisticados ou o pagamento de uma mensalidade no ginásio. Ainda assim, há quem resista à corrida por acreditar que correr faz mal aos joelhos. Mas será mesmo assim?
É verdade que correr faz mal aos joelhos?
Em declarações ao Viral, Frederico Raposo, professor da licenciatura de Ciências do Desporto da Universidade Europeia e membro da direção da Associação Portuguesa de Fisiologistas do Exercício, adianta que “correr de forma adaptada às características da pessoa, às suas necessidades e de forma controlada e acompanhada não faz mal” aos joelhos.
Segundo o fisiologista do exercício, o que pode ter efeitos negativos é “correr mal” e “sem preparação”.
Para Frederico Raposo, esta crença de que correr faz mal aos joelhos pode ter nascido “do facto de muita gente começar a correr sem fazer uma preparação prévia para poder chegar, depois, a esse estímulo de uma forma saudável e segura”.
Muitas vezes, completa, “quando as pessoas decidem começar a correr, fazem-no de uma forma que não é adaptada à sua condição naquele momento”.
Quando isto acontece, muitas vezes, “a corrida acaba por se tornar um estímulo agressivo”, porque está a ser praticada de modo “excessivo e desadequado para aquela pessoa naquele momento”, esclarece.
Na perspetiva do fisiologista do exercício, os “comportamentos sedentários” e a “falta de literacia física” levam a que muitas pessoas não saibam como correr de forma adequada.
Frederico Raposo aponta que tanto a intensidade do esforço da corrida quanto o volume (ou seja, a duração) do treino são “duas variáveis que têm de ser adaptadas e geridas em função de três coisas: do objetivo com que a pessoa vai correr; da pessoa em si; e do contexto em que isto está a acontecer”.
“Se houver essa adaptação, a corrida é uma forma de exercício essencial”, reforça, sublinhando que estes ajustes “podem e devem” ser feitos “de forma segura” na presença de “um profissional de exercício, neste caso, de um fisiologista do exercício”.
Quais os cuidados a ter quando se começa a correr?
Em primeiro lugar, Frederico Raposo adianta ser necessário procurar um fisiologista do exercício para que este profissional possa fazer “uma avaliação inicial que permita aferir se a pessoa tem desequilíbrios musculares que gerem padrões compensatórios no movimento”. Um desses desequilíbrios pode ser, por exemplo, pôr os joelhos para dentro quando corre.
Isto porque, explica, “se o movimento for desequilibrado, o corpo vai encontrar um caminho compensatório para esses desequilíbrios, para continuar a ser eficaz nesse comportamento motor”.
Esta avaliação inicial divide-se em duas fases: “uma avaliação estática – para ver a postura da pessoa e perceber se ela já tem desequilíbrios” – e uma “avaliação dinâmica em várias tarefas”, tais como “a marcha” e “a corrida”.
Com esta avaliação, os profissionais conseguem “identificar esses possíveis desequilíbrios” e ajudar a pessoa a eliminar “esses padrões compensatórios que terá desenvolvido ao longo do tempo”.
Assim sendo, o principal cuidado a ter é fazer uma “abordagem progressiva” à corrida.
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