
Do coração à pele: Como a água influencia a saúde do organismo
O facto de a água ser essencial à vida já não é novidade. Por representar cerca de 60% a 70% do corpo humano, a água é necessária para que o organismo funcione de forma correta, sendo o seu consumo fundamental para a saúde em geral.
A quantidade de água que cada pessoa precisa de consumir varia consoante as necessidades de cada um, mas de modo geral, recomenda-se beber entre um litro e meio e três litros de água por dia.
A propósito do Dia Mundial da Água, que se assinala todos os anos a 22 de março, o Viral expõe o impacto que o consumo adequado de água tem no funcionamento do corpo humano.
Qual o impacto do consumo adequado de água no funcionamento do organismo?
“A água, além de ser o principal constituinte do corpo humano, enquanto nutriente, interfere no funcionamento de todos os sistemas e órgãos”, lê-se num texto informativo publicado no site do balcão digital do Serviço Nacional de Saúde (SNS 24).
O consumo adequado de água permite “não só regular a temperatura corporal” e “transportar os nutrientes e oxigénio para as células”, mas também é essencial para o funcionamento do coração, do cérebro, dos rins, do fígado, dos pulmões, do sistema digestivo, dos músculos, as articulações e da pele.
Coração
A ingestão adequada de água é fundamental para a saúde do coração. Isto porque, explica-se no site da Associação Americana do Coração, “beber água suficiente mantém o corpo hidratado, o que ajuda o coração a bombear mais facilmente o sangue através do corpo”.
No sentido contrário, se uma pessoa estiver desidratada, “a quantidade de sangue que circula no corpo diminui”, refere-se num texto do Heart Research Institute (HRI).
Isto faz com que o coração tente “compensar ao bater mais depressa, aumentando o ritmo cardíaco”, o que “sobrecarrega o coração”, pois acaba por ter “de trabalhar mais do que o normal”, acrescenta-se.
Cérebro
Todas as células do corpo, incluindo as cerebrais, dependem da ingestão de água para desempenharem funções essenciais. Por isso, “se os níveis de água forem demasiado baixos, as células cerebrais não funcionam corretamente, o que conduz a problemas cognitivos”, explica-se num texto Alzheimer’s Drug Discovery Foundation.
No caso de jovens saudáveis com desidratação, o esforço adicional do cérebro traduz-se em “fadiga e alterações de humor”. Em populações com menos capacidades cognitivas, como os idosos, a desidratação “pode levar a um declínio do desempenho cognitivo”, lê-se no mesmo texto.
Por outro lado, um consumo adequado de água “ajuda a maximizar a atenção, a concentração e a capacidade de memória”, sublinha-se no texto do SNS 24.
Rins
Tal como se explica num texto publicado no site da Fundação Nacional do Rim dos Estados Unidos, a hidratação adequada é fundamental para o bom funcionamento dos rins (ver também aqui).
Além de a água ajudar “os rins a eliminar os resíduos do sangue sob a forma de urina”, também “ajuda os vasos sanguíneos a manterem-se abertos”, permitindo que o sangue se mova “através dos vasos sanguíneos para transportar nutrientes para os rins”, esclarece-se.
Se uma pessoa estiver muito desidratada, “o sangue e os nutrientes não conseguem chegar aos rins”. Num contexto de desidratação grave, podem ocorrer “lesões nos rins”, por isso, é importante beber água suficiente, sobretudo quando se faz esforços físicos intensos e/ou “em tempo quente e húmido”, recomenda-se.
Fígado
O fígado intervêm em “mais de 500 funções vitais” no organismo, sublinha-se num texto da Universidade de Johns Hopkins. De modo geral, este órgão “regula a maior parte dos níveis químicos no sangue” e excreta um líquido chamado bílis, que “ajuda a transportar os resíduos do fígado”.
Além disso, o fígado “decompõe, equilibra e cria os nutrientes, e também metaboliza os medicamentos” de forma que sejam “mais fáceis de utilizar pelo resto do corpo” ou que não sejam tóxicas.
Segundo a Fundação Americana do Fígado, beber água de forma adequada “ajuda o fígado a funcionar melhor”, ou seja, auxilia no desempenho de todas as funções do órgão.
Pulmões
“Os pulmões são constituídos por um revestimento mucoso e beber água pode ajudar a diluir este revestimento”, refere-se no site da Associação Pulmonar de Richmond (PAR, na sigla inglesa).
Isto é importante porque “um excesso de muco” nos pulmões pode tornar uma pessoa “mais vulnerável a infeções” e “dificultar a respiração”, explica-se.
Por esse motivo, garantir uma ingestão adequada de água é importante não só para garantir a saúde dos pulmões, mas também para ajudar no tratamento de patologias que os afetam, como a doença pulmonar obstrutiva crónica (ver aqui).
Sistema digestivo
Segundo um texto do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla inglesa), é essencial “beber muitos líquidos”, sobretudo água, “para facilitar a digestão”.
Tal como a nutricionista Diana Teixeira já tinha explicado ao Viral, “o consumo de água adequado pode facilitar o trânsito gastrointestinal e garantir que haja uma correta absorção dos nutrientes”.
Por outro lado, destacava a nutricionista, “o não consumo de água, ou o consumo reduzido, favorece, por exemplo, a obstipação”, uma condição “que pode prejudicar a absorção dos nutrientes”.
Músculos e articulações
Segundo outro texto da Universidade de Johns Hopkins, “a hidratação é essencial para o bom funcionamento dos músculos” e a ingestão adequada de água “ajuda a evitar cãibras”.
No mesmo sentido, refere-se num texto da Fundação Britânica do Coração e no texto do SNS 24, beber água ajuda a lubrificar e a proteger as articulações. A desidratação pode, por outro lado, comprometer a flexibilidade e a velocidade na prática desportiva (ver aqui).
Pele
Ingerir água de forma adequada também tem um impacto positivo na pele, apesar de, por si só, não prevenir ou tratar patologias. No texto do SNS 24, apresenta-se como uma das principais funções da água no organismo “preservar a elasticidade da pele”.
Tal como se explica noutro texto do NHS, a pele “forma uma barreira natural para proteger o nosso corpo do ambiente exterior”.
“Para ajudar a proteger a camada exterior da pele da perda de água” ela “produz uma substância oleosa chamada sebo” e, se “não tiver sebo suficiente, perde água e fica desidratada”, lê-se no mesmo texto.
Há vários motivos que podem levar à desidratação da pele (ver aqui), mas uma das medidas essenciais para “ajudar a tratar e prevenir” situações de pele desidratada é ingerir água adequadamente.