Cremes “antirrugas” e “antienvelhecimento”. Quando começar a usar e quais os mais indicados?
A ideia de que os cremes e séruns “antirrugas” e “antienvelhecimento” só devem ser usados a partir dos 40 ou 50 anos é frequente. Mas terá fundamento? Qual é a importância destes cremes? E quem pode beneficiar da utilização destes produtos?
Seja em anúncios de televisão ou nas prateleiras de um supermercado, boa parte dos cremes e séruns denominados de “antirrugas”, “antienvelhecimento” ou “anti-idade” foram, durante muito tempo, associados a pessoas com mais de 40 ou mais de 50 anos. No entanto, nos últimos anos, as publicações sobre skincare (cuidados de pele, em português) têm crescido nas redes sociais e há cada vez mais criadores de conteúdos a alertar para os benefícios de usar estes produtos no início da vida adulta.
Afinal, com que idade se pode começar a usar estes cremes? E quais os cuidados a ter na escolha dos produtos?
Quando começa o envelhecimento da pele?
Em declarações ao Viral, o coordenador de Dermatologia no Hospital CUF Cascais, Diogo Forjaz, começa por explicar que “o envelhecimento cutâneo inicia-se por volta dos 25 anos”, apesar de “só a partir dos 30 ou 35 anos começarmos a ver sinais na pele, como rugas, poros dilatados e flacidez cutânea”.
O médico esclarece que isto acontece porque os níveis de colagénio no corpo começam a baixar com a idade. Por isso, a partir dos 25 anos, esta produção deve ser estimulada.
Noutro plano, o especialista adianta que o envelhecimento precoce da pele deve-se não só a fatores genéticos mas também a um conjunto de outras questões relacionadas com o estilo de vida, como “stress, ansiedade, tabagismo e falta de exercício físico”.
Além disso, acrescenta, alguns “problemas hormonais” e “a exposição solar prolongada ou não adequada” também causam esse envelhecimento cutâneo precoce.
Quais as vantagens dos produtos “antirrugas” ou “antienvelhecimento”?
Num primeiro plano, Forjaz lembra que “os cremes antienvelhecimento são muito baseados em ácido hialurónico, que acaba por hidratar a nossa pele”. Assim, quando a pele está bem hidratada, “vai receber muito melhor outras substâncias ativas, como o ácido tranexâmico, o ácido glicólico e o ácido mandélico”.
Posto isto, “a penetração destes ácidos” permite “tratar várias patologias cutâneas”. A título de exemplo, completa, “o ácido tranexâmico é muito bom para manchas; o ácido glicólico para rugas e poros dilatados; e o ácido salicílico é ótimo para a acne”.
Além disso, a pele hidratada também vai permitir uma melhor absorção do protetor solar que deve ser usado “durante todo o ano”. Na perspetiva do médico, deve optar-se “sempre pelo fator 50, 50+, ou até 100, no caso das pessoas que tenham predisposição para ter cancro de pele”.
Dos +30 aos +50: Quais as diferenças?
Os rótulos dos produtos “antirrugas” e “antienvelhecimento” têm frequentemente um símbolo associado relativo à idade a partir da qual devem ser utilizados: +30, +40 ou +50, por exemplo. Nesse plano, o dermatologista da CUF explica que os cremes +30 têm como objetivo prevenir os efeitos do envelhecimento cutâneo, enquanto os +50 pretendem reduzir estes sinais.
Por um lado, os +30 são compostos por “mais antioxidantes, vitamina C e ácido hialurónico”. Já os +50 têm “vitamina A e ácidos glicólicos”, isto é, componentes “mais fortes para tentar prevenir outros sinais cutâneos que possam aparecer” e, ao mesmo tempo, “tratar os sinais de envelhecimento visíveis da pele”.
Segundo o especialista, deve-se ter em conta que “não é nada adequado dar um creme antienvelhecimento +50 a uma pessoa que tenha 30”. Porquê? “Primeiro não é o mesmo target (alvo)”, porque nos 30 anos estamos a fazer prevenção e nos 50 estamos a tratar”, sublinha.
Além disso, a textura dos cremes +50 “pode trazer efeitos adversos a longo prazo” em pessoas com 25 ou 30 anos. Esses problemas “que são mais difíceis de tratar e de resolver” podem mesmo “ser irreversíveis” em alguns casos, alerta o especialista.
Cremes antirrugas e antienvelhecimento.”Deve-se atuar consoante o tipo de pele de cada pessoa”
Importa sublinhar que não existe uma rotina de “skincare” que sirva para toda a gente, ou seja, esta “tem de ser adequada e personalizada” não só mediante a idade, mas também “consoante o tipo de pele de cada pessoa: mais oleosa, mista ou seca”, assegura o médico.
Assim sendo, “uma pele mais oleosa” precisa de “texturas de antienvelhecimento mais fluidas”, porque um creme mais denso pode “criar ainda mais oleosidade”. Em contrapartida, “uma pele mais seca” requer “uma textura mais em creme e mais nutritiva”, porque, neste tipo de pele, “um sérum” pode não ser absorvido na totalidade ou pode “ser absorvido muito rápido”.
Há também que ter atenção para escolher um tipo de creme adequado à patologia encontrada na pele, através da dermatoscopia. Se a pessoa tiver “manchas solares”, por exemplo, é aconselhado que use “um creme hidratante com ácido tranexâmico”. Por outro lado, se for detetada “uma mistura de uma rosácea”, pode-se usar “ácido azelaico com o ácido hialurónico”, exemplifica.
Em conclusão, a pele começa a envelhecer a partir dos 25 anos, sendo possível a partir dessa idade um conjunto de cuidados diários que permita prevenir possíveis efeitos do envelhecimento precoce da pele.
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